Política

Santana afirma que começou relação com a Odebrecht na reeleição de Lula

Publicado em 18/04/2017, às 23h12   Folhapress



Os marqueteiros João Santana e Mônica Moura afirmaram em depoimento ao juiz Sergio Moro nesta terça-feira (18) que receberam recursos de caixa dois da Odebrecht nas campanhas de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

"A relação da minha empresa com o grupo Odebrecht foi aberta durante a campanha de reeleição do presidente Lula. Na época, o ministro Antônio Palocci -que não era mais ministro - fez esse contato e uma parte do pagamento dessa campanha foi feita através da Odebrecht", afirmou Santana.

De acordo com a marqueteira, Mônica Moura, esposa de Santana, o ex-ministro Antônio Palocci era quem negociava no PT os recursos não contabilizados entre 2006 e 2012. Depois, quem assumiu o posto foi o ex-tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto.

A Pólis ainda recebeu dinheiro em caixa dois da Odebrecht em campanhas no exterior, segundo os dois. Uma delas é a do ex-presidente de El Salvador, Mauricio Funes, em 2009.

A campanha, segundo ambos, foi feita a pedido de Lula para que um candidato de esquerda ganhasse no país e o PT assegurou que os custos seriam pagos pela Odebrecht.

Eles ainda disseram que a empreiteira pagou caixa dois na campanha de Hugo Chávez, na Venezuela, em 2012.

No final de sua fala, João Santana afirmou que errou e "construiu um equívoco" para si próprio ao perceber que "estava sendo cúmplice de um sistema eleitoral negativo e corrupto" quando recebia caixa dois.

Segundo ele, os financiadores de campanha diziam que não pagariam os serviços dos marqueteiros se não fossem usados recursos não contabilizados.

"Não estou aqui dizendo demagogicamente que sou vítima e que não tenho culpa disso. Eu fui agente disso", afirmou.

"Acho que é um momento dos próprios marqueteiros abrirem os olhos sobre isso e da política também".

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