Política

Temer ignora proposta de gravar reuniões em gabinete presidencial

Publicado em 20/04/2017, às 07h54   Redação Bocão News


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O presidente Michel Temer não adotou medida de transparência proposta publicamente por ele mesmo de gravar as audiências promovidas no gabinete presidencial.
A ideia foi sugerida em novembro durante discurso presidencial, como resposta à crise protagonizada pelos ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura), que pediram demissão do governo federal dias antes.
Segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, o presidente não está gravando as audiências porque o tema ainda está em análise no GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência e, por isso, ele não tomou uma decisão.
Calero deixou o governo após acusar, em entrevista à Folha, Geddel de pressioná-lo a produzir parecer técnico para viabilizar empreendimento no qual o chefe da Secretaria de Governo tinha apartamento na Bahia. Geddel negou as acusações, mas a crise levou à sua demissão uma semana depois.
Para provar a pressão, Calero gravou conversas com Geddel, com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e com o próprio presidente, que chamou a iniciativa de "agressiva" e "clandestina".
"Acho de uma indignidade absoluta alguém meter um gravador no bolso para gravar outrem, não é? Até dizem que isso já tem sido admitido, mas eu pessoalmente, não", disse Temer à época.
Em entrevista dois dias depois da saída de Geddel, o presidente afirmou que considerava pedir ao GSI que gravasse as audiências no gabinete presidencial.
"Estou pensando em pedir ao GSI que grave –e aí, publicamente, não é clandestinamente– as audiências do presidente. Para que todos possam dizer o que possam dizer, e que eu possa dizer aquilo que devo dizer."

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