Política

Chefe do setor de propina da Odebrecht era próximo de artistas e políticos

Publicado em 03/05/2017, às 06h10   Redação BNews


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Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho ou, simplesmente, Bel Silva. O mesmo homem que até há pouco tempo circulava sorridente pela alta sociedade baiana agora cumpre prisão domiciliar e coleciona desafetos, de acordo com a Folha.
Figura central no sistema organizado para o pagamento de propinas e caixa dois da Odebrecht, Hilberto deu um dos depoimentos mais contundentes entre os 77 executivos da empresa que firmaram delação premiada.
Como chefe do departamento de operações estruturadas, setor montado para operar pagamentos ilícitos, diz ter pago R$ 10,5 bilhões a políticos e empresários entre 2006 e 2014.
Ao mesmo tempo em que operava pagamentos para todo o país a partir da sede da empresa em Salvador, era uma das figuras públicas mais conhecidas do grupo Odebrecht, com trânsito entre políticos, empresários e artistas.
Frequentava festas, jantares e camarotes de Carnaval. E ficou próximo de personalidades como o cantor Bell Marques (Chiclete com Banana), o empresário e ex-senador ACM Júnior e o publicitário Nizan Guanaes. Este último compôs uma música em parceria com um dos filhos de Hilberto, cantor de axé.
As relações de Hilberto com a elite política e empresarial da Bahia vêm desde antes de trabalhar na Odebrecht. Quando jovem, ele frequentou o Clube Bahiano de Tênis, onde costumava jogar futebol com outros filhos de famílias ricas de Salvador. "Ele era bom jogador, um centroavante habilidoso", lembra o senador Otto Alencar (PSD), que diz não ter proximidade com o executivo desde a juventude.
Ao mesmo tempo em que atuou como executivo do grupo, foi sócio da família Odebrecht no restaurante Baby Beef –churrascaria que durante anos foi reduto de almoços do então senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007, com seus liderados políticos.
Até o final deste ano, Hilberto deve mudar-se para a mesma rua onde mora Jaques Wagner: comprou um apartamento avaliado em R$ 7 milhões num edifício de luxo que está em fase final de construção em Salvador. Será vizinho do publicitário João Santana, delatado por ele, que também comprou um apartamento no mesmo prédio.

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