Política

Em balanço de um ano de Temer, Otto ressalta 1608 obras federais paralisadas

Publicado em 09/05/2017, às 10h41   Chayenne Guerreiro


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O senador Otto Alencar (PSD) considera que o presidente Michel Temer (PMDB) fará um ano de gestão apenas no final de setembro, data do afastamento definitivo de Dilma Rousseff (PT),  no entanto, pondera que a promessa de montar um ministério de notáveis não foi cumprida. Ele ressalta que oito ministros já foram afastados por conta de denúncias, destaca o apoio da maioria da Câmara e do Senado ao governo e critica a paralisação de 1608 obras federais, ao fazer o balanço dos 365 dias do peemedebista no cargo mais importante do país.


Para o senador é importante considerar que a estrutura do governo dificulta uma mudança significativa em pouco tempo de mandato. “Primeiro que pra mim só poderia ser contado o período de governo do Temer a partir de agosto, quando houve de fato o impeachment. A estrutura do governo federal é muito pesada. É um governo empresário, que é dono de aeroportos, de empresas, da Petrobras, pra mudar essa estrutura toda é pesado”, afirma.


Otto relembra a declaração do, na época vice-presidente, de que formaria um ministério notável. Desde que anunciou os ministros, em 12 de maio, o peemedebista foi obrigado a fazer substituições na equipe. Demitiu e recebeu pedidos de demissão por reclamações de pressões e envolvimentos dos nomeados em investigações. “Na minha avaliação do governo Temer, ele assumiu o governo e disse ‘vou fazer um ministério de notáveis’, desses, oito já saíram porque tinham problemas com a justiça. Eram notáveis de outra forma. Outros que permanecem estão citados nas delações”, pontua.


O psdista considera como ponto positivo o apoio que Temer conseguiu na Câmara e no Senado, mas ressalta que mesmo com 2/3 dos poderes o governo aprovou somente dois projetos significativos para o país. “O ponto positivo é que o Temer conseguiu ter um apoio da maioria que nenhum outro governo teve. Quase 2/3 na Câmara e quase 2/3 no Senado. E aprovou o que de substancial com isso? Aprovou a DRU, Desvinculação de Receitas da União e aprovou a PEC dos gastos, depois não aprovou mais nada. Aprovou agora a reforma trabalhista que ainda vai passar pelo Senado e por três comissões.  O governo está mal avaliado em todos os pontos de vista, político, moral e administrativo. Na minha opinião, com isso, dificilmente vai conseguir aprovar as reformas que deseja”.


O crescimento da economia, ponto defendido pelo peemedebista desde antes de assumir a presidência, não teve mudanças relevantes, no ponto de vista do senador. “De forma econômica não teve melhora nenhuma. Quem mais está ganhando dinheiro nesse país além de banco? O Banco do Brasil, o Itaú, Santander, todos ganhando muito dinheiro. A carga tributária altíssima, boa pra banco”, afirma.


Otto aborda ainda a falta de apoio do governo federal a obras importantes espalhadas pelo Brasil. De acordo com ele, 1608 construções estão paralisadas, entre elas, algumas importantes para o crescimento econômico da Bahia. “Fiz um levantamento e entreguei ao Temer onde eu mostrava que 1608 obras de responsabilidade do governo federal estavam paradas. Obras grandes, importantes, não estava falando nem das coisas pequenas. Para exemplificar, na Bahia temos a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, uma porção de creches que estão esperando a liberação de verbas, entre outras”, finalizou.

Publicada originalmente dia 8 às 20h

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