Política
Publicado em 16/05/2017, às 14h53 Victor Pinto
Na tarde desta terça-feira (16), a Comissão da Mulher da Câmara de Salvador ouviu o depoimento da jovem de 21 anos, denunciante do caso de assédio de Valcy Evangelista Silva, subsecretário de Reparação da prefeitura. Valcy é tido como um dos dirigentes de influência do PV de Salvador.
A jovem relatou todo o processo que culminou em sua denúncia. De acordo com a estudante de psicologia, há três anos ela sofria o assédio sem perceber, mas o fato se agravou nos últimos meses, onde ela mesma classificou como um “ato de coragem” e fez questão de relatar o que sofria.
“Ele sempre insistiu em ter algo comigo e sempre deixei claro que não queria. Falava que poderia crescer mais se atendesse a alguns favores. Eu tinha medo de falar sobre o assunto que não é fácil. Ele, um dia chegou a me beijar forçado e me puxou fazendo com que eu sentasse em seu colo a força”, relatou a jovem que pediu para não ter o rosto fotografado.
Um dos pontos que a fez chorar ao conversar com as vereadoras do colegiado foi quando falou da família e de que o PV não tomou nenhum tipo de posicionamento sobre o caso até hoje. “O partido quer abafar e tem acontecido um descaso. Minha esperança é o Ministério Público”, disse.
O caso está em tramitação no Ministério Público em fase de averiguação. Ainda não chegou a ser apresentada nenhuma denuncia formal a justiça para pedido de abertura de processo por assédio.
As vereadoras, após ouvirem o depoimento, declararam apoio a denunciante. Participaram da reunião Aladilce Souza (PCdoB), Rogéria Santos (PRB), Ireuda Silva (PRB), Marta Rodrigues (PT) e Marcelle Moraes (PV).
Marta, na sua fala, ressaltou a coragem da jovem. “Nós temos uma sociedade machista e ter coragem é essencial e você teve coragem”.
Para Ireuda, o caso não deve ficar impune. “Além do apoio como mulher, independente de quem seja a nossa luta será desestimulada se não fizermos nada. Isso é vergonhoso. Não podemos proteger esse ou aquele. Estou aqui para lutar para que esse crime não aconteça”.
Rogéria chamou atenção de que a jovem trouxe a voz de várias mulheres que sofrem assédio na sociedade. “Seremos solidárias e acompanharemos o caso”, garantiu.
Membro do mesmo partido que a jovem trabalha, Marcelle foi bem incisiva em sua fala. Informou que é comum relatos do tipo no PV. “Eu mesmo vi um indício de assédio de Valcy comigo e cortei de imediato. O PV é um partido machista e isso não pode ficar como está. Já levei o caso ao presidente nacional da sigla para que uma providência seja tomada. Ele [Valcy] não me representa e queima também minha imagem por estar na mesma sigla que eu”, reclamou.
Aladilce agradeceu a jovem por ter atendido a convocação, também teceu sua solidariedade à situação e lembrou que a comissão não tem um caráter julgador, mas tem a função de acompanhar os casos, principalmente ligado aos direitos feministas.
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