Política

Delator da Odebrecht, Fernando Migliaccio, aceita devolver 8 quilos de ouro

Publicado em 17/05/2017, às 06h28   Folhapress


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Delator da Odebrecht, o ex-executivo da empreiteira Fernando Migliaccio devolveu oito quilos de ouro como parte da restituição de bens determinada em seu acordo com a  Procuradoria-Geral da República (PGR).
O material estava depositado em um cofre em banco no exterior. A colaboração de Migliaccio foi homologada em 30 de janeiro, mas os documentos se tornaram público na noite desta terça (16).
Ele atuava no Setor de Operações Estruturadas, conhecido como "departamento da propina".
Migliaccio devolveu ainda um imóvel em Miami, além de valores em contas nos Estados Unidos e na Suíça e de bens no Brasil em seu nome e em nome das empresas MIG Consultoria Econômica e Financeira Eireli.
"Caso seja descoberto pelo Ministério Público Federal qualquer outro bem, móvel, imóvel ou valores de propriedade do colaborador e não declarado no documento único, será objeto de perdimento", diz o documento do acordo.
Fernando Migliaccio terá que pagar R$ 5 milhões em multa até o fim de 2017.
Ele fechou acordo para cumprir um ano em regime fechado domiciliar, com tornozeleira eletrônica, seguido de dois anos em regime aberto diferenciado, com recolhimento noturno domiciliar nos dias úteis e integral nos feriados e finais de semana, sem tornozeleira. Depois, terá que fazer de quatro a seis anos de prestação de serviços à comunidade.
O delator foi preso na Suíça em fevereiro de 2016, na 23ª fase da Operação Lava Jato, a "Acarajé".
A investigação mostrou que ele possuía uma rede de empresas offshore espalhada por diversos países – pelo menos cinco empresas eram controladas por Migliaccio, abertas em locais como Ilhas Virgens Britânicas, Antígua e Panamá e contas em três bancos da Suíça.
Ele fechou acordo na Suíça e prestou depoimentos entre os dias 20 de julho e 14 de outubro de 2016.
A Odebrecht informou que " é de responsabilidade da Justiça a avaliação de relatos específicos feitos pelos seus executivos e ex-executivos".
"A empresa está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um acordo de leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas", diz a companhia em nota.

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