Política

Temer fala que Rocha Loures tem boa índole e dispara: se quiserem, me derrubem

Publicado em 22/05/2017, às 06h38   Redação BNews


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Enfrentando a mais grave crise de seu governo, o presidente Michel Temer (PMDB) diz que renunciar seria uma admissão de culpa e desafia seus opositores. “Eu estava apenas retrucando as imprecações de natureza moral gravíssimas, nada mais do que isso. Agora, mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio, é uma declaração de culpa”, disse ao jornal Folha.
Em entrevista à Folha no Palácio da Alvorada, Temer afirma que não sabia que Joesley Batista, que o gravou de forma escondida, era investigado quando o recebeu fora da agenda em sua residência em março –embora, naquele momento, o dono da JBS já fosse alvo de três operações. Ele ainda disse que foi ingênuo. “Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento”.
Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, flagrado correndo com uma mala de dinheiro, Temer diz que mantinha com ele apenas "relação institucional". A atitude de Loures, para o presidente, não foi "aprovável". Mas ele defende o caráter do ex-assessor. "Coitado, ele é de boa índole, de muito boa índole."
“Vou esclarecer direitinho. Primeiro, tudo foi montado. Ele [Joesley] teve treinamento de 15 dias, vocês que deram [refere-se à Folha], para gravar, fazer a delação, como encaminhar a conversa. Não, peraí, eu vou chegar lá, né, se você me permitir... O que ele [Joesley] fez? A primeira coisa, o orientaram ou ele tomou a deliberação: "Grave alguém graúdo". Depois, como foi mencionado o nome do Rodrigo, certamente disseram: "Vá atrás do Rodrigo". E aí o Rodrigo certamente foi induzido, foi seduzido por ofertas mirabolantes e irreais. Agora, a pergunta que se impõe é a seguinte: a questão do Cade foi resolvida? Não foi. A questão do BNDES foi resolvida? Não foi”, disse.
E continua a falar sobre Rocha Loures: “Errou, evidentemente. Sempre tive a convicção de que ele tem muito boa índole. Agora, que esse gesto não é aprovável”.

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