Política

Funcionários denunciam descaso do governo na recuperação da Cesta do Povo

Publicado em 22/05/2017, às 18h16   Chayenne Guerreiro


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Cerca de 1.200 funcionários já foram demitidos e 150 lojas da Cesta do Povo já foram fechadas desde dezembro de 2015. O objetivo do governo do Estado, na época, era privatizar a empresa, mas o plano até hoje não saiu do papel.
Única rede de supermercados estatal no Brasil, o empreendimento de 36 anos tinha acumulado um prejuízo de R$ 750 milhões. No ano passado, a situação piorou e a Empresa Bahiana de Alimentos – Ebal, controladora da Cesta do Povo, amargou uma perda de R$ 158,1 milhões.
O leilão público proposto pelo governo possuía uma cláusula que permita a absorção de um percentual mínimo de funcionários pelos novos empreendedores, mas a estrutura de 276 lojas e 2.769 funcionários em 229 municípios, não despertou o interesse de nenhum comprador para o lance mínimo exigido para a venda na época, R$ 81 milhões.
Agora, a Associação Baiana de Trabalhadores da Ebal/Cesta do Povo (Abtec) reclama de um programa de demissão voluntária (PDV) feito pelo Estado. “O governador Rui Costa, abriu uma enquete nesta semana para os funcionários que ainda restam nas 60 lojas abertas da Ebal espalhadas nos municípios, propondo demissões voluntárias sem perda de direitos trabalhistas. Entretanto, há uma contradição nessa proposta: como pode um plano de demissão voluntária garantir direitos trabalhistas se o propósito de tal plano é enxugar gastos com gestão de pessoas?”, indaga o presidente da Abtec, Francis Tavares.
Ainda segundo Francis, os trabalhadores tem Ação Civil Pública impetrada pelo Ministério Público do Trabalho, marcada para acontecer no dia 28 de junho de 2017.
“Será realizada a primeira audiência da Ação Civil Pública dos trabalhadores da Ebal/Cesta do Povo, impetrada pelo Ministério Público do Trabalho por conta de uma denúncia da Abtec no segundo semestre de 2016, com a finalidade de reintegrar os funcionários demitidos e tratar da negociação do futuro destes funcionários e dos demais que ainda se mantêm em seus postos de trabalhos. Esta Ação Civil Pública é abrangente a todos os trabalhadores da Ebal/Cesta do Povo, o que inclui os de cargos comissionados e funcionários em exercício”, explica.
O Bnews entrou em contato com a Secretária de Desenvolvimento Econômico (SDE), órgão regulador da Ebal, que informou que o plano ainda é privatizar a Cesta do Povo, no entanto, não há uma data prevista para a realização de um novo leilão do órgão.  
A SDE negou ainda a existência do Plano de Demissão Voluntaria.

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