Política

Lobista mentiu ao relatar chantagem, diz jornalista Cláudio Humberto

Publicado em 22/05/2017, às 20h14   Folhapress


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O jornalista Cláudio Humberto afirmou que o diretor da J&F, Ricardo Saud, mentiu ao relatar chantagem para evitar a publicação de reportagens negativas sobre a empresa.

Segundo o delator, Humberto solicitou R$ 18 mil mensais para interromper a publicação de notas negativas sobre a empresa. Em nota, o jornalista afirma que em fevereiro de 2015 a empresa J&F contratou espaços publicitários no site "Diário do Poder", no qual o jornalista é editor-chefe.

"Cláusula do contrato reforça que o lobista mentiu em seu depoimento, distorcendo a natureza das relações meramente publicitárias entre as partes. Diz a cláusula terceira do contrato: 'O contratante (J&F) está ciente de que a presente relação contratual não implica em qualquer compromisso de natureza editorial, tampouco obriga a contratada (site) a veicular informações que não sejam produto de rigorosa apuração jornalística'", diz a nota.

De acordo com Humberto, a J&F começou a procurar o "Diário do Poder" para a publicação de anúncios em setembro de 2013, "mais de um ano antes da publicação das notícias denunciando as atividades criminosas do lobista Ricardo Saud".

Saud afirmou aos procuradores que foi tema de uma nota em 2014, após visitar a casa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). De acordo com o diretor, o jornalista afirmou na coluna que "Joesley [Batista] fez de Ricardo Saud o homem da mala".

Humberto afirmou que ofereceu queixa-crime contra Saud na Justiça.

"O lobista Ricardo Saud resolveu se vingar do colunista, tentando arrastá-lo para o seu lamaçal, afirmando agora em depoimento que teria sido vítima de 'chantagem'. O corruptor confesso mente, como forma de se vingar do fato de o jornalista ter sido o primeiro a lançar luz sobre suas atividades criminosas", diz a nota.

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