Política

Defesa pede a Moro absolvição de mulher de Sérgio Cabral

Publicado em 06/06/2017, às 07h39   Redação BNews


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A defesa de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, pediu ao juiz Sérgio Moro a absolvição dela, sob argumento de que a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba não conseguiu comprovar que gastos efetuados em 2014 tenham sido feitos com suposto dinheiro de propina pago entre outubro de 2008 e março de 2009 pela construtora Andrade Gutierrez. As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.
Segundo a reportagem, no documento de alegações finais apresentado à Justiça Federal do Paraná nesta segunda-feira, os advogados afirmaram que nenhum colaborador da Lava-Jato citou Adriana como participante em acordos de propina.
"Sem o uso de chips ou cédulas marcadas – modernidades investigativas – não há como cravar", afirma o documento, no qual a defesa ressalta que os gastos de Adriana Ancelmo mencionados na acusação ocorreram "um quinquênio" depois do suposto recebimento dos valores ilícitos.
Os advogados disseram que o MPF gastou "tinta e mais tinta" para postular a condenação de Adriana Ancelmo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob argumento de que ela intermediava atos praticados pelo marido ou adquirindo bens com pagamento em dinheiro sem que tenha conseguido, na prática, comprovar que o dinheiro gasto foi decorrente de propina, que ela participou de negócios ilícitos ou sabia da origem dos recursos.
Lembram ainda que a ex-secretária de Cabral, Sônia Baptista, assumiu que, junto com Carlos Miranda, era a responsável pelo pagamento das despesas de Sérgio Cabral e de suas famílias, ressaltando que Adriana Ancelmo é o 3º casamento do ex-governador.
A reportagem detalha que assim como a defesa de Cláudia Cruz, mulher de Cunha e absolvida pelo juiz Sérgio Moro, os advogados de Adriana Ancelmo afirmam que gastos com despesas próprias não é ato de lavagem de dinheiro e que o valor de R$ 464 mil em 75 meses, citado na denúncia, não passa de R$ 6,1 mil por mês, quantia impossível de causar suspeita e gerar a chamada "cegueira deliberada". E citam decisões da Justiça em que o vínculo conjugal e o uso de bens materiais não incriminam o cônjuge de quem cometeu o delito.
Aindad e acordo com o jornal, para a defesa, as compras feitas por Adriana Ancelmo tiveram "carimbo judicial" com dinheiro supostamente de propina nas obras do Comperj, da Petrobras, apenas para que o processo ficasse na Justiça Federal do Paraná, embora existam processos na Justiça do Rio de Janeiro que investigam outras obras, mais recentes, como contratos do Arco Metropolitano, PAC Favelas e Maracanã.

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