O deputado federal Elmar Nascimento (DEM-BA) avaliou que o
voto do relator Sérgio Zveiter pela continuidade da investigação de denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) é “muito significativo”, já que é do próprio partido do presidente. “Havia margem tanto para acatar como não, é uma decisão política. É muito significativo, o presidente da CCJ é do PMDB, o relator é do PMDB e o relatório vem para o prosseguimento (da denúncia)”, disse nesta segunda-feira (10) em entrevista ao BNews.
Para o parlamentar é necessário que o Democratas se reúna para decidir se fecha ou não questão sobre o assunto. “O problema não é só investigar, é uma consequência muito grave e drástica que é o afastamento do presidente por 6 meses. Precisa que o partido se reúna para uma decisão, se vai liberar para cada um votar com a consciência, ou decidir votar contra ou a favor. Há uma consequência politica em relação a isso, temos o Ministério da Educação. Não é justo votar contra o governo e ocupar o espaço. Se o partido resolver votar contra é ir ao presidente e entregar os cargos. Vamos aguardar um pouco para depois eu tomar uma decisão por iniciativa própria e depois o partido trilhar outros caminhos e a gente ter que voltar”.
Ele falou ainda sobre o papel do Democratas neste processo. “Acho que tem que avaliar qual a tendência majoritária da bancada. Se for uma diferença muito grande não tem sentido a gente dar 2/3 contra o presidente e ficar no poder. Tem que ter lealdade. É uma situação difícil. Tem um voto forte do relator que é do partido do presidente e isso pesa muito. Precisa reunir a bancada para decidir”.
Luiz Fernando Lima, editor de política do BNews direto de Brasília*
