Política

Governistas dizem ter votos contra denúncia da PGR; oposição busca estratégia

Publicado em 01/08/2017, às 11h54   Agência Brasil


FacebookTwitterWhatsApp

Faltando dois dias para a sessão de votação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, deputados da base aliada e da oposição ainda não definiram suas estratégias de atuação. Enquanto os governistas trabalham para convencer os aliados a estarem no plenário para rejeitar a denúncia, os oposicionistas ainda divergem sobre o processo de votação e se reunirão nesta terça-feira (1º) para tentar fechar uma estratégia única que leve à autorização para o prosseguimento da denúncia.
Para que Câmara autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a investigar o presidente Temer, são necessários 342 votos contrários ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomenda a rejeição da denúncia. Líderes da base aliada afirmam ter votos suficientes para impedir o prosseguimento das investigações. Para derrubar a denúncia, são necessários, pelo menos, 172 votos, número que os governistas dizem ter.
Confiantes no resultado favorável a Temer, os líderes governistas querem que a votação ocorra na quarta-feira (2). O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, disse que só iniciará a votação quando 342 deputados marcarem presença no plenário. Com isso, a base aliada teme que a oposição não registre presença, obstruindo a votação.
“Defendo que a gente tenha quórum e que a oposição faça isso. Eles fizeram muito alarde e espero que estejam presentes na quarta-feira para votar. A gente tem número suficiente para barrar qualquer denúncia no plenário. Defendo que, quem está na base do governo, que se posicione a favor do país, tirando essa pedra do caminho”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos articuladores do governo na Casa.
Para ele, adiar a votação é “ruim para o país”, pois impede a votação de medidas consideradas importantes para o governo, como a reforma da Previdência. “A base de deputados e deputadas que apoiam o governo gira em torno de 380 parlamentares. É claro que, dentro dessa base, você tem determinados parlamentares que vão votar a favor da continuidade da denúncia. Defendo que, se vão votar a favor da continuidade da denúncia, que, também como a oposição, compareça ao plenário na quarta e marquem presença, se posicionem e votem a favor ou contra.”
PT quer votação
Já o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), negou que a oposição queira obstruir a análise da denúncia para manter desgaste de Temer. “A decisão do PT é pelo afastamento, não existe essa conversa de deixar o presidente da República sangrar porque, a cada dia que passa, ele prejudica mais a população brasileira. Estamos vendo um desgoverno no país, a situação fiscal é calamitosa”, disse Zarattini.
Para o petista, os partidos oposicionistas devem fechar uma posição única de atuação na votação. “Vamos conversar com os partidos da oposição amanhã, na hora do almoço. Vamos ter uma conversa de forma a buscar uma tática comum a todos os partidos”. Além disso, o PT pretende questionar o rito determinado pelo presidente da Câmara, que prevê o encerramento da discussão após a fala de quatro deputados e a presença de 257 deputados, com início da votação com 342 deputados.
“Discordamos da impossibilidade da manifestação dos líderes parlamentares no seu tempo regimental. Além disso, ele [Rodrigo Maia] quer iniciar a votação com 342 deputados em plenário. Isso é um verdadeiro absurdo, porque esse número significa que não haverá quórum para o afastamento do presidente. Se apenas um deputado votar a favor do presidente e 341 votarem pelo afastamento, significa que não haverá quórum para o afastamento. Então, vamos pleitear que a votação seja iniciada com número bem superior a 342. Vamos fazer uma proposta que seja para mais de 400 deputados, consideremos 450 um número mínimo para iniciar essa votação”, defendeu Zarattini.
Publicada no dia 31 de julho de 2017, às 22h

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp