Política

Deputado volta à Câmara para se abster em votação de denúncia contra Temer

Publicado em 01/08/2017, às 11h37   Cíntia Kelly


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Pouco mais de um ano atrás, partidos ligados a presidente Dilma Rousseff gritaram, tentaram barrar o impeachment. Chamaram o atual presidente Michel Temer (PMDB) de golpista juntamente com os partidos que o apoiam. Agora, quando existe a possibilidade de afastamento de Temer o discurso muda.

Uma reunião e alguns personagens políticos. Nesta segunda-feira, o governador Rui Costa conversou com a bancada federal, deputados e senadores, para articular a votação que deve ocorrer nesta quarta-feira (2).

Melhor ficar o “golpista-mor”, do que promover a presidente da República - um perigo iminente ao grupo politico que comanda a Bahia há quase 12 anos.

Na tentativa de barrar a ascensão de Rodrigo Maia, e com isso dar munição ao prefeito ACM Neto (DEM), a ordem do Palácio de Ondina é: melhor ficar Temer do que elevar Maia.

De olho nisso, o governador Rui Costa exonerou Fernando Torres (PSD) e Josias Gomes (PT), das suas respectivas secretarias para assumirem seus mandatos. Voltam para casa Robinson Almeida (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB), ambos declaradamente favoráveis que a denúncia tenha seguimento no Supremo Tribunal Federal (STF). 

O BNews tentou falar com Josias Gomes, mas não conseguiu. Já Fernando Torres, que também deixou a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), para votar no relatório, foi muito claro ao descrever a jogada e revelou seu voto. “Vou me abster”.

“Estou indo para não votar a favor de Temer. Mas também não quero votar para entrada de Rodrigo Maia. Eu votei a favor da presidente Dilma Rousseff, contra o golpe. Não tem hipótese de ser a favor de quem teve apenas 53 mil votos dos eleitores do Rio de Janeiro. O que eu defendo -  e essa minha oposição, a do senador Otto Alencar e a do governador Rui Costa – é que Temer saia e convoque eleições diretas”, disse em conversa com o BNews.

Uma eventual ascensão de Rodrigo Maia o único que sairia fortalecido na bahia seria o prefeito ACM Neto, que teria os cofres do Governo Federal, à sua disposição, apesar das dificuldades econômicas do país. É bom lembrar que denuncai dos senadores Lídice da Mata e Otto Alencar dão conta de que "por ordens de pessoas ligadas ao DEM" empréstimo que já estava acertado para a Bahia foi suspenso.

Não é exagero lembrar. Neto e Rui se enfrentraão nas urnas em 2018. Rui tentará renovar seu mandato. Já Neto quer ser o novo morador do Palácio de Ondina.

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