Política

Prefeitura de Cachoeira nega irregularidades em convênio

Publicado em 23/08/2017, às 10h32   Guilherme Reis


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A Câmara Municipal de Cachoeira abriu uma CPI para investigar suposto desvio de verba em um convênio celebrado pela prefeitura para ajudar a Santa Casa de Misericórdia, prevendo a contratação de nove motoristas para ambulâncias e o pagamento de R$ 30 mil mensais. Destes, R$ 10 mil seriam entregues todos os meses pelo provedor Juracy Rocha, falecido no mês passado, ao secretário de saúde do município, Mamede Dualib Neto, que assinava os recibos. A informação foi divulgada pelo site Voz da Bahia, que aponta o novo provedor da Santa Casa, Luís Antônio Araújo, como fonte.

Procurada pelo BNews, a prefeitura de Cachoeira, por meio da assessoria de imprensa, alegou que os valores eram repassados por Juracy devido a um problema de saúde que o impossibilitava de ir a Cachoeira. Ele morava em Salvador. “Nisso, passava ao secretário de saúde, que tem todos os recibos”, disse a assessoria, informando que o convênio foi cancelado porque uma das partes que entrou após a morte do provedor não teria repassado o pagamento aos motoristas.

Em entrevista à rádio Paraguassu FM, o prefeito de Cachoeira, Fernando Pereira (PMDB), disse que o convênio foi celebrado porque o percentual de folha já estava “muito alto”. “Precisávamos colocar as ambulâncias para funcionar, era um pleito das pessoas da zona rural. Devido às suas condições de saúde, Juracy mandava pegar os R$ 10 mil e passava a Mamed, que fazia o pagamento aos motoristas. Juracy não confiava em deixar esse recurso na Santa Casa”, justificou, e rebateu a deputada estadual Fabíola Mansur (PSB), que teceu duras críticas ao imbróglio durante reunião da Comissão de Saúde na AL-BA. “Tem que respeitar o cidadão. Ela acusou o secretário de propineiro, falou isso de maneira irresponsável. Como alguém iria pegar R$ 10 mil de propina e assinar o recibo?”, ironizou, prometendo ir à AL-BA cobrar explicações.

Em sua fala, a parlamentar classificou o convênio como "um exdrúxulo de corrupção". "A Santa Casa, no seu contrato com a prefeitura, o secretário de Saúde recebia R$ 10 mil em espécie de recurso da Santa Casa", disse. O BNews tentou falar com Fabíola, mas não havia obtido retorno até a publicação desta nota. 

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