Política

Joesley só irá entregar gravações inéditas se acordo não for anulado

Folhapress
Detenção ocorreu somente 40 horas após decreto  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 11/09/2017, às 06h16   Redação BNews


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A prisão do dono da JBS, Joesley Batista, não pôs fim à tensa negociação entre a Procuradoria e o empresário, de acordo com a coluna Painel, do jornal Folha. Após admitir aos investigadores que existem outras gravações ainda inéditas armazenadas no exterior, Joesley avisa agora que só repassará o material à Procuradoria Geral da República se o acordo da J&F não for rescindido. Argumenta que não houve omissão de provas, já que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, concedeu, no último dia 1º, mais 60 dias para os delatores anexarem dados ao caso.

A coluna detalha que Joesley trabalhava com a tese de que os delatores não eram obrigados a repassar à PGR gravações e documentos nos quais julgavam não haver indícios de crimes. Os procuradores entendem que cabe a eles dizer se e onde há problemas.

Segundo a publicação, a contratação de Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, é em si um ato simbólico. “Eu vou fazer a advocacia do confronto. Não terei contato institucional com a Procuradoria. Se houver rescisão, eles já têm advogado: eu.” O criminalista é um crítico do uso ostensivo de delações na Lava Jato.

Ainda de acordo com o jornal, aliados do presidente Michel Temer dizem que, se Rodrigo Janot errou ao acelerar a tramitação do acordo dos Batistas, o ministro do STF incorreu no mesmo pecado ao homologá-lo sem cautela.

Esses aliados, revela a coluna, apontam que a PF só encontrou os áudios apagados por Joesley porque a defesa de Temer solicitou perícia no grampo que afetou o presidente. O exame não havia sido pedido por Fachin.

Cláudia Sampaio Marques, ligada a Raquel Dodge, foi a procuradora designada por Janot, para conduzir a investigação de suposta omissão de provas por parte da J&F, não participou da oitiva dos delatores. Inicialmente, a indicação foi vista como uma forma de deixar a ala da nova chefe do MPF a par do caso

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