Política

PF prende empresário Wesley Batista; diretor da JBS e advogada também são alvos de operação

Folhapress
A PF diz que os donos da JBS usaram a própria delação para obter lucros milionários no mercado financeiro; Joesley está detido desde o último domingo  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 13/09/2017, às 06h52   Folhapress


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O sócio e presidente global da JBS, Wesley Batista, foi preso na manhã desta quarta (13) em São Paulo.

O pedido de prisão é preventiva —sem data para sair— e foi expedido pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, onde a Folha apurou que o empresário ficará preso.

"É absurda e lamentável a prisão e o inquérito aberto há vários meses em que investigados se apresentaram para dar explicações. Mais vez o Estado brasileiro é desleal com quem colabora com a Justiça", diz o advogado de Wesley, Pierpaolo Bottini.

Também há um pedido de prisão preventiva expedido contra Joesley, que já está detido deste terça (12) em Brasília. Ele deverá permanecer na carceragem da Polícia Federal na capital até sexta (15), caso sua prisão temporária não seja prorrogada.

Joesley se entregou no domingo (10), após o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinar seu pedido de prisão e suspender os benefícios de seu acordo de delação premiada.

A ação desta quarta irá apurar se Joesley e Wesley Batista se aproveitaram da negociação do acordo de delação, que assinaram em maio, para ganhar dinheiro no mercado financeiro.

A suspeita da investigação é que os donos da empresa e pessoas ligadas a eles usaram a informações da ocasião da delação, até dela se tornar de conhecimento público, para fazer uma reserva de dinheiro por meio de operações financeiras.

Documentos apresentados pela JBS a Comissão de Valores Mobiliários mostram que pessoas ligadas aos irmãos Batista venderam no mercado R$ 328,5 milhões em ações da empresa no período de negociação da delação.

O suposto crime na CVM não foi relatado pelos executivos da JBS no acordo de colaboração premiada.

Por esse motivo, a "imunidade" conquistada pelos delatores não é válida para esse caso e para outros que não estejam na colaboração. 

Classificação Indicativa: Livre

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