Política

Nada definido sobre metrô na Av. Paralela

Imagem Nada definido sobre metrô na Av. Paralela
Prefeito ameaça deixar estado de lado e negociar diretamente com a União   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 23/08/2011, às 22h22   Daniel Pinto


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Parecia que havia entendimento entre prefeitura de Salvador e governo do estado sobre a instalação do metrô no canteiro central da Avenida Paralela. Parecia. Agora a pouco, o prefeito reuniu 30 vereadores da base de sustentação para dizer que solicitou um parecer técnico a Procuradoria-Geral do Município (PGM) sobre de quem é a competência para definição do modal, já que o novo sistema ultrapassa os limites da cidade e chega até Lauro de Freitas.


“O prefeito foi bem claro: se for da alçada do município, a prefeitura vai deixar o estado de lado e passará a negociar diretamente com a União”, revelou fonte que participou do encontro, no Palácio Thomé de Souza. Também estiveram na reunião o chefe de gabinete, João Cavalcanti, e a procuradora Angélica Guimrães.

A notícia deixou muita gente de “cabelo em pé”. E, com certeza, vai provocar um verdadeiro “tsunami” no governo Wagner, principalmente na Casa Civil e Secretaria de Planejamento, responsável pelo projeto executivo.

BRT é a “bola da vez” - Todos sabem que a Procuradoria sempre costuma agradar o chefe do Executivo. Portanto, a expectativa é que o órgão encontre brechas na lei para (pelo menos) atrasar a nova etapa de licitação e o início das obras.  

Já se fala que o objetivo de João Henrique é “tensionar” o processo até que não haja tempo hábil para inauguração do metrô antes da Copa do Mundo de 2014. Nesses termos, outro modal terá que ser implantado em regime de urgência. Aí, a “bola da vez” passa a ser o BRT, que tem a chancela do Sindicato dos Empresários de Transporte Público de Salvador (Setps).

O presidente da Comissão de Transportes da Câmara, Jorge Jambeiro (PSDB), não confirmou a teoria do BRT, mas festejou a iniciativa do prefeito e disse que a “os vereadores não vão abrir mão da prerrogativa de decidir o futuro da cidade”.

“O poder municipal é composto por prefeitura e Câmara. O governo do estado não pode definir tudo sozinho. Não somos a Assembleia Legislativa, onde ele faz o que quer. Em nenhum momento o prefeito falou sobre preferência por metrô, BRT, VLT. A preocupação é discutir a questão na esfera adequada e fazer a melhor escolha levando em conta a abrangência do projeto, valores da obra, preço subsidiado e tarifa. Essa foi uma decisão correta em resposta ao comportamento do secretário Zezéu Ribeiro (Planejamento), o grande vilão desta história”, disparou o tucano. 

Dependência - Em contato com a reportagem do Bocão News, o secretário municipal de Comunicação, Diogo Tavares, afirmou que em nenhum momento da reunião com os vereadores o prefeito mencionou a possibilidade de excluir o governo da definição do modal da Av. Paralela. “Até porque o estado é o tomador do empréstimo e o município não tem capacidade de endividamento. O projeto será tocado por prefeitura, governo e União. O encontro foi para envolver a Câmara no debate. Por isso, foi criada uma comissão para acompanhar todo o processo. Três vereadores vão fazer parte do grupo: Jorge Jambeiro, Everaldo Bispo e a ideia é convidar Vânia Galvão, líder da oposição”. 

Fotos: Agecom e Roberto Viana/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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