Política

Caiado diz que não advoga para Aécio, mas critica posição do STF: cada um no seu quadrado

Marcelo Camargo/Agência Brasil
"Nenhum poder pode apontar o dedo para o outro", disparou  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 27/09/2017, às 20h25   Eliezer Santos



Ainda repercute no Senado Federal a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por 3 votos a 2, determinaram nesta terça-feira (26) o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato e seu o recolhimento noturno em casa. Por 5 votos a 0 os ministros negaram o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para prisão do tucano, por entenderem que não houve flagrante de crime inafiançável, única hipótese prevista na Constituição que dá base legal para a prisão de um parlamentar antes de eventual condenação.

Nesta quarta-feira (27), em entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) evitou sair em defesa do colega de parlamento, mas criticou a intervenção do judiciário.

“Existe por normal constitucional prerrogativa de cada um dos poderes. O poder de afastá-lo é nosso. Não estamos advogando para A ou B. Numa visão popular, é cada um no seu quadrado. Não pode ter invasão institucional”.

“Não há precedente que possa alegar isso. Não há precedente em que o Congresso tenha sido omisso. No caso de Delcídio do Amaral, o Senado decidiu em 24 horas”, lembrou.

Caiado ainda reclamou de patrulhamento apenas aos agentes do Congresso. "Nenhum poder pode apontar o dedo para o outro. Temos que fazer uma limpeza geral em todos os poderes, não apenas no Legislativo. Tenho independência moral para falar”.

FUNDO ELEITORAL – o senador do Democratas afirmou que a aprovação no Senado de um fundo com dinheiro público com valor inicial de R$ 1,8 bilhão para financiar as campanhas eleitorais.
“O que foi aprovado aqui é uma vergonha, num momento de crise, que se cobra austeridade do governo, com milhões de desempregados [...] desagradou muito, o Senado sofrerá reação da sociedade. Acho que não há como viabilizar esse fundo diante de tanta pressão da sociedade”.

“O pior de tudo é que foi uma matéria que perdemos pela diferença de um voto. É um descasamento, um divórcio com o Brasil real, não tem nenhuma sintonia. O mais grave é que o relator [senador Armando Monteiro (PTB-PE] não respondeu qual o teto dos gastos. O texto diz que pode usar amanhã de crédito aditivo. Ele não limita esse valor e podemos correr o risco a qualquer momento de aumentar esse montante”, alertou.

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