Jorge Solla aciona PGR para investigar criação de fundo de Huck e empresários

Na tarde desta terça-feira (3), o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) protocolou uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo que o órgão investigue a legalidade do fundo criado pelo apresentador Luciano Huck e grandes empresários do país para apoiar candidatos na eleição do ano que vem. 

A peça afirma que os envolvidos na criação do Fundo RenovaBR, iniciativa divulgada há menos de uma semana, "maquinaram o sistema de forma a conduzir o processo eleitoral, desde a escolha dos pretensos candidatos, até a filiação partidária dos mesmos, sob o manto do Poder Econômico".
Na petição, o deputado sugere que seja requerido junto à Justiça a suspensão imediata da criação do fundo e pede que sejam notificados os empresários Eduardo Mufarej e Abílio Diniz, que coordenam o grupo.  Além de Huck, também estão envolvidos no projeto o apresentador Luciano Huck, os empresários Nizan Guanaes e Beto Sicupira, e o ex-ministro Arminio Fraga. 

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Segundo Solla, essa é mais uma tentativa de burlar as leis, de fraudar a democracia. "A única forma de doação de dinheiro com finalidade eleitoral prevista na legislação é o de pessoa física para partidos ou para o CNPJ da campanha do candidato. Qualquer coisa fora disso é ilegal, é o velho e repugnante Caixa Dois”, disse o petista. 

O deputado lembra que a cartilha lançada semana passada pelo grupo empresarial afirma que, entre os auxílios que estão planejados para os pré-candidatos que serão financiados pelo fundo, está o pagamento da bolsa mensal de R$ 5 mil.

“É repudiante a vocação da elite de nosso país pelo jeitinho para escapar da lei. O STF declarou que o financiamento empresarial é inconstitucional, então eles se organizam para tentar manter o controle financeiro que têm sobre o parlamento com artimanhas como esta. Nossa elite precisa começar a respeitar a democracia”, completou. 

O petista explicou que iniciativas como essa não deixam o país mais democrático. Para ele, com o dinheiro, os empresários tentam definir como o Congresso deve se renovar, atendendo os seus próprios interesses. 

"Se eles querem se organizar para disputar eleições, que venham paro o jogo da política dentro das regras, fundem um partido, filiem seus candidatos e vamos às urnas”, completou.