Política

Vereadores vão encontrar com Wagner na segunda-feira

Imagem Vereadores vão encontrar com Wagner na segunda-feira
Câmara cobra envolvimento no modal da Paralela, mas não tem poder para derrubar o metrô  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 25/08/2011, às 16h16   Daniel Pinto


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Na última terça-feira (23), o Bocão News noticiou, em primeira mão, o resultado de uma reunião entre o prefeito João Henrique (PP) e um grupo de vereadores da base aliada. O resultado prático do encontro foi a inclusão da Câmara Municipal de Salvador nas discussões sobre o novo modal da Avenida Paralela.

Agora, uma comissão do Legislativo terá audiência com o governador Jaques Wagner na próxima segunda (29), às 18h, para discutir o mesmo tema, já que o estado será responsável pela execução das obras.

Mesmo não tendo sido avisado oficialmente sobre o encontro, o vereador Jorge Jambeiro (PSDB), presidente da Comissão de Transportes, pretende levar uma série de demandas ao chefe do Poder Executivo estadual. “Primeiro é preciso saber a abrangência do projeto. Independente do que seja feito, é preciso chegar até Cajazeiras. Além disso, temos necessidades urgentes que não podem esperar até a Copa do Mundo”, destacou o tucano.

O presidente da Câmara, Pedro Godinho (PMDB), não confirmou presença na Governadoria, mas revelou quais são as expectativas sobre a discussão do sistema de transporte de massa. “O Legislativo municipal não podia ser alijado. O objetivo é levar ao governador o mesmo pleito que levamos ao prefeito: queremos discutir o projeto e escolher o que for melhor para a cidade”.

Godinho, que realizada uma sessão especial na segunda às 19h, também rebateu a acusação de que a Câmara trabalha em prol do modelo BRT, proposto pelo Sindicato dos Empresários de Transporte Público de Salvador (Setps). “Começaram a dizer mil coisas. Tudo besteira. Impressionante é que quando anunciaram o metrô ninguém fez esse tipo de ilação”.

Oposição recusa vaga na comissão

A ideia inicial era compor a comissão da Câmara Municipal com Jorge Jambeiro, Everaldo Bispo, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e um representante da oposição. Mas, a bancada da minoria se recusou a participar do grupo de trabalho. Quem explica as razões é a líder do bloco parlamentar, Vânia Galvão (PT). “Achamos que não faz sentido fazer parte de uma comissão instituída pela prefeitura. Somos um poder independente. Aceitar esse convite seria admitir nossa submissão e abrir mão do nosso dever institucional”.

Com a negativa, o terceiro elemento terá que ser destacado do grupo de sustentação do Thomé de Souza. Por enquanto, o mais cotado é o vereador Orlando Palhinha (PP), que colocou o nome à disposição. “Estamos aí”, garantiu durante bate-papo com a reportagem do site.

Migalhas

Quem acompanha o dia a dia da política baiana acredita que a comissão de vereadores terá pouca ou nenhuma chance de alterar o modal já definido pelo governo do estado. O martelo já foi batido: a Paralela vai ter metrô e ponto final. Existem fatores externos que vão além da competência dos munícipes.

Certamente, os vereadores não vão bater de frente com o governo Wagner. Seria o mesmo que acreditar na derrota do campeão mundial de UFC Anderson “Spider” Silva diante do ex-pugilista Reginaldo Holyfield.

Outra leitura possível é que - para evitar retaliação por parte da Câmara ou desgaste junto ao governo - o prefeito decidiu colocar os vereadores na “roda” de discussões como meros figurantes, que, no máximo, podem conseguir algumas “migalhas”. 

Fotos: Divulgação e Roberto Viana/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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