Política
Publicado em 06/10/2017, às 22h53 Juliana Nobre e Victor Pinto
Um levantamento realizado pela Folha mostra que se a cláusula de barreira dos partidos políticos tivesse sido válida na eleição anterior, pelo menos 14 siglas deixariam de existir no tabuleiro do jogo eleitoral brasileiro. Agora, para o partido se manter, precisará garantir 1,5% dos votos válidos nacionais a deputados federais.
A medida visa restringir a quantidade de partidos, principalmente as conhecidas legendas de aluguel: sem políticos, de fachada, consumidoras do fundo eleitoral e barganhadoras, por exemplo, do tempo de televisão e rádio em cada campanha. Outras funcionam como clãs de um líder só.
Também existem siglas conhecidas e com atuação em diversos seguimentos, mas sem a expressividade de parcela eleitoral necessária.
Neste levantamento da Folha estão no rol da pindaíba da cláusula: PCB, PPL, PSTU, PTC, PRTB, PMN, PSDC, PEN, PTN, PSL, PRP, PTdoB, PHS e PCO.
Caciques baianos das legendas ouvidos pelo BNews, apesar dos dados não serem animadores, acreditam na manutenção das suas agremiações. Como é o caso do deputado Marcelo Nilo (PSL), que enfrentará sua primeira eleição pós arrumação no PSL. O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia é pré-candidato a deputado federal.
“Acho que o PSL cresceu muito em vários estados e vamos alcançar o índice pra não ser alcançada pelo cláusula de barreira”, garantiu.
Para o deputado federal João Carlos Bacelar do Podemos, antigo PTN, a cláusula não será problema. Acredita que o rearranjo em torno de uma eventual candidatura da sigla a presidência da República ajudará no contexto.
“No nosso caso temos 18 deputados federais, três senadores, vamos ter candidato a presidente da República... É muita tímida a clausula. Para o Podemos não é problema. Pretendemos aumentar. Temos candidatos para governador em alguns estados”, explicou.
Já Alexandre Moraes do PRP aposta na migração de políticos conhecidos em siglas menores para a garantia da sobrevivência partidária. “Estamos trabalhando para 2018 com algumas mudanças. Acredito que políticos de partidos maiores devem migrar paras siglas menores por questão de sobrevivência. Mas ainda é muito cedo para pensar nisso. Até março muita coisa pode acontecer, inclusive nada”.
Confira o gráfico da FolhaPress:
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