Política

Câmara foi chamada para dizer SIM ao governo

Imagem Câmara foi chamada para dizer SIM ao governo
Durante encontro com vereadores, Jaques Wagner ficou vermelho de raiva  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/08/2011, às 15h56   Daniel Pinto


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Como foi antecipado por este site, a comissão municipal formada para “discutir” o modal da Avenida Paralela participou de encontro, nesta segunda (29), na Governadoria somente para referendar a posição definida pelo estado. A informação foi confirmada pelo vereador Everaldo Bispo (PMDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que esteve na reunião e entregou ao governador parecer técnico em que defendeu a competência do Poder Legislativo na escolha do novo sistema de transporte da capital.

“Mostrei que a Câmara não quer apenas discutir, quer deliberar. Neste momento, houve um mal-estar e o governador ficou vermelho. Todos ficaram calados. Só saiu satisfeito do encontro aqueles que chegaram satisfeitos. Estou pregando no deserto, mas sou um legalista e não posso engolir tudo isso calado”, protestou o peemedebista.


Em conversa com o Bocão News, Everaldo Bispo relatou outro momento de tensão do encontro no Centro Administrativo da Bahia. De acordo com o vereador, Jaques Wagner retrucou com ironia quando foi questionado se havia demanda para o metrô na Paralela. “Foi então que ele perguntou se a Câmara discutiu o metrô ‘calça curta’ da Bonocô. Respondi que não podia falar sobre isso porque não tinha mandato na época. Mas, que o atual secretário de Planejamento, Zezéu Ribeiro, podia ter mais informações já que ele era vereador no período. O clima ficou ruim. Pensei até que o governador iria pedir que me retirasse”.

O presidente da CCJ não foi expulso da reunião e ainda teve tempo de entregar ao governador o parecer, que pode ser lido na íntegra aqui e traz a seguinte conclusão:

“Diante do estudo aqui realizado, com arrimo na Nossa Carta Magna, Lei Orgânica da Cidade do Salvador, da doutrina e nas decisões das Nossas Cortes de Justiça. Posso afirmar com absoluta convicção, que a polêmica em torno da escolha do Modal do Transporte Urbano a ser implantado em nossa cidade é meramente política. Pois sobre prisma da Constitucionalidade e da legalidade é ponto pacífico. Cabendo ao Executivo Municipal a sua escolha e gerenciamento. Enquanto ao Legislativo Municipal como órgão normatizador através da Câmara compete-lhe deliberar sobre assunto em comento”.

Trilho ou nada

O vereador Jorge Jambeiro (PSDB), presidente da Comissão de Transportes da Câmara Municipal, também participou da audiência com o governador. Ele destacou a elegância e cortesia de Jaques Wagner ao receber os parlamentares e o prefeito João Henrique (PP). Mas, demonstrou certo grau de frustração, uma vez que o modal já está definido. “O governador se comprometeu a inserir a Câmara em todo o processo, o que inclui a confecção do edital de licitação e acompanhamento das obras. Entretanto, foi bem claro quando disse que na Paralela vai ser trilho ou nada”.


Jambeiro também revelou como foi feita a escolha do metrô em detrimento dos outros modelos. “O governador nos disse que uma empresa carioca foi contratada e, juntamente com técnico da Secretaria de Planejamento, escolheu a melhor opção entre todas as Propostas de Manifestação de Interesse (MPI). Será que eles levaram em conta os interesses de quem mora em Cajazeiras, Boca da Mata e Mussurunga?”.

O tucano entregou um documento com nove perguntas ao governador, que prometeu que tudo será respondido pelo secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Cícero Monteiro. Clique aqui e confira o texto.

No final do bate-papo, Jorge Jambeiro criticou até mesmo a postura do deputado federal Romário (PSB-RJ), que em recente visita à Salvador defendeu o metrô como modal para alimentar o sistema de transporte da Copa do Mundo. “Ele não mora em São Rafael e não sabe que o metrô daqui não é subterrâneo”.

Fotos: Divulgação e Roberto Viana/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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