.JPG)
Com aclamação os deputados estaduais aprovaram a privatização dos cartórios. O clima harmonioso da sessão desta tarde ficou restrito a esta terça-feira (30). Para a quarta-feira (31), dia em que será votado o projeto do Planserv, o rumo da prosa é outro.
A maioria dos discursos no Plenário já nesta tarde antecipou o que virá pela frente. Os parlamentares da bancada de oposição com adesivos (“Sou contra as mudanças no Planserv” e “Não, deputado diga Não”) usaram praticamente todo o tempo que dispõem para criticar o governo.
Reinaldo Braga (PR), líder da oposição na Casa, destacou que todos os argumentos utilizados pelos governistas não são convincentes. Segundo ele, a Lei Orçamentária estabelece que o governo do estado pode gastar até R$ 350 milhões com o Planserv. Atualmente, são 250 milhões de reais investidos.
Ainda segundo o decano, nos últimos quatro anos, em nenhum momento, o Estado ultrapassou o limite máximo de 5% das despesas de Pessoal e Encargos, que é a sua contribuição com o Plansev.
Já o deputado Carlos Geílson (PTN) foi mais incisivo. Para ele, os governistas podem se preparar porque o dia não será nada agradável. Leur Lomanto Júnior (PMDB) também rechaçou as iniciativas governistas. De acordo com ele, a bancada de oposição “lutará com todas as armas para não permitir que seja aprovado amanhã o projeto do Planserv”. Leur Jr. motivou os sindicatos a manterem uma postura firme no debate sobre o plano de saúde com o governo.
“Imaginem se esse projeto fosse aprovado na semana passada os usuários seriam pegos de surpresa e não teriam mais o direito de reclamarem. Hoje eles avançaram com o aumento de consultas, mas qualquer limitação ao número de atendimento à saúde é um atentado ao direito adquirido. Não existe isso de tentar negociar o que é inegociável”, enfatizou.
Targino Machado (PSC) foi irônico. Após o discurso do líder da bancada governista, Zé Neto (PT), que disse que a mãe e outros familiares são beneficiários do Planserv e que após explicar as modificações todos entenderam e apoiaram-no, Machado não se conteve.
Bruno Reis (PRP) também foi enfático nas críticas, assim como, Paulo Azi (DEM). A oposição reúne a sua tropa para, com o regimento debaixo do braço, protelar ao máximo a votação de amanhã. Contudo, o indicativo é de que os governistas não vão recuar e têm número suficiente de deputados para aprovar o projeto.
Na bancada de sustentação do governo Wagner, os deputados estão convencidos que, após as alterações da última semana, os problemas foram resolvidos e o projeto será aprovado e trará benefícios aos usuários.
Os governistas argumentam que com o maior controle será possível fazer novos investimentos e ampliar a rede de atendimento, que já cresceu muito, segundo eles, nos anos de gestão do governador Wagner.
Fato é, amanhã o dia será longo no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia.
Fotos: Roberto Viana // Bocão News
