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Mais de 80% da população de Salvador deveria estar coberta pelo saúde da família, adverte ex-ministro. Capital tem apenas 28%

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O ex-ministro da saúde do governo Lula participou nessa quarta-feira (29), de uma entrevista no programa Se Liga Bocão, da rádio Itapoan FM  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 29/11/2017, às 18h39   Chayenne Guerreiro


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O ex-ministro da saúde do governo Lula, José Gomes Temporão, participou nessa quarta-feira (29), de uma entrevista no programa Se Liga Bocão, da rádio Itapoan FM.

Em conversa com Zé Eduardo, Temporão apontou os grandes erros que foram cometidos na administração do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Tivemos vários problemas na implantação do SUS. Um deles é que naquele momento se pensava em unificar o sistema, torná-lo em algo totalmente público, ao mesmo tempo não tínhamos recursos financeiros suficientes. Outro erro foi que gradativamente a  medicina privada foi crescendo, o SUS não foi dando conta da demanda e os empresários foram oferecendo plano de saúde para os trabalhadores, como um plus, isso foi tirando o espaço do SUS e a medida que o sistema não dispunha do dinheiro suficiente as pessoas começaram a dizer que não funciona. O SUS não é só importante pro pobre, ele foi criado para toda a população. Quando as pessoas declaram no imposto de renda gastos com a saúde privada, o governo deixa de arrecadar e não tem como investir”, explicou.

O ex-ministro comentou ainda os dados que apontam que no cenário de cobertura da atenção básica de saúde do estado da Bahia, a cidade de Salvador teve desempenho inferior em comparação os outros 416 municípios. 

Em 2017 a cobertura de atenção básica na capital baiana chegou apenas aos 28%, na contramão de outros municípios baianos. 

“A atenção básica é indicativo da seriedade do prefeito. Quer medir a seriedade do prefeito? Mais de 80% da população de salvador tem que estar coberta pela saúde da família. Está errado, a cobertura tem que ser acima de 70% e o ideal mesmo é 100% de cobertura. É fundamental a atenção primaria. Tem prefeito que acha que vai resolver saúde com criação hospital, o hospital vai quebrar. O município não existe sozinho no mundo, ele tem que integrar seus serviços ao estado e ao serviço privado. Não estou querendo dizer que ele tem que investir só em saúde básica, mas investir em hospital deixando de dar 70% de atenção primaria, é errado”, concluiu.

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