Política

'Não sei se é o momento de unificar a esquerda', diz Marcelo Freixo

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Deputado afirmou que o PSOL não abrirá mão da chapa para se unir ao PT  |   Bnews - Divulgação Folhapress

Publicado em 29/12/2017, às 07h07   Redação BNews



Para o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), reconstruir uma esquerda que definitivamente "não entendeu [os protestos de] 2013" pode significar seguir caminhos separados. "A gente vive um momento de reconstrução: qual esquerda a sociedade vai enxergar? Porque precisa enxergar o diferente. Não sei se esse é o momento de unificar todo mundo, não. Até porque a direita também está muito fragmentada: Jair Bolsonaro, Geraldo Alckmin, Henrique Meirelles...", diz em entrevista ao jornal Folha.

Segundo a publicação, veio de Freixo a ideia de lançar Guilherme Boulos à Presidência. “A ideia do medo é muito forte e legitima a barbárie. Tenho medo da favela, então qualquer coisa que aconteça lá não me toca. Da juventude negra, então seu genocídio não me abala, não sou um deles. Brinco que nossos sonhos não cabem nas urnas, mas nossos pesadelos cabem. Esses debates todos me fizeram chegar ao Boulos. Estava em casa, tomando um café com minha companheira, a Antônia [Pellegrino, escritora e cofundadora do blog feminista #AgoraÉQueSãoElas, hospedado na Folha]”.

E continua: “Conversávamos sobre o que é esta esquerda do século 21. Os olhas dela são meio que termômetro. Falei do Boulos, e arregalaram. Pensei: "Opa, ali tem caldo". Fiz testes com minha equipe, e as reações eram as mesmas. Aí liguei pro Boulos e marquei num botequinho bem "vagaba" perto da av. Paulista. Quando sugeri, ele quase caiu da cadeira de susto. Hoje falta muito pouco para consolidar a candidatura”, disse e acrescentou que em março, encerra o prazo para definir se o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) se filia ao PSOL e a chapa vingue. Ao lado de Ciro Gomes (PDT) e Manuela D'Ávila (PCdoB), Boulos engrossaria as candidaturas à esquerda que inquietam petistas.

Questionado sobre a garantia do vice-presidente do PT, Alexandre Padilha, que disse que trabalhará para convencer a esquerda a embarcar na candidatura de Lula, ele afirmou que o PSOL não abrirá mão da chapa. “Não há a menor possibilidade. Ele fala isso pra tentar colocar a gente numa caixa de sectários. Se quisessem recompor a esquerda, não andariam de braços dados com Renan Calheiros em Alagoas”, dispara.

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