Política

Rui destaca ações na Bahia, mas cobra programa de segurança nacional contra o tráfico de drogas

Luiz Fernando Lima / Arquivo BNews
O assunto está com frequência no radar dos opositores do governador  |   Bnews - Divulgação Luiz Fernando Lima / Arquivo BNews

Publicado em 01/02/2018, às 18h44   Eliezer Santos e Luiz Fernando Lima



O tema segurança pública foi um dos oito itens de destaque da mensagem do governador Rui Costa (PT) na reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), na tarde desta quinta-feira (1º). O assunto está com frequência no radar dos opositores, e talvez por esta razão Rui listou com afinco as ações de sua gestão. 

Segundo ele, o orçamento estadual para o setor chegou à marca histórica de 13,2% em 2017, contra 5,6% registrados em 2006.
Para além da defesa de sua política regional de segurança pública, o petista insistiu na tese de criação de um “programa de segurança nacional” com integração das forças e da inteligência policial no combate ao tráfico de drogas.

De acordo com o governador, essas ações precisam ser articuladas com a contribuição das famílias na prevenção à onda de intolerância e à violência. “É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda tenhamos de conviver com níveis tão elevados de intolerância e preconceito contra tudo e contra todos. Precisamos construir outros laços mais afetivos, mais humanos, mais saudáveis e respeitosos”. 

Veja o trecho do discurso do governador sobre o tema na íntegra: 

O Brasil sofre com a ausência de um programa de segurança nacional que estruture e integre as forças e a inteligência policial para combater o que existe de pior: o tráfico de drogas e o que dele deriva. Um problema que é nacional e para o qual se deve ter uma política de âmbito nacional. A Segurança Pública precisa ser uma prioridade nacional. 

Aqui, na Bahia, o trabalho é árduo. Posso me orgulhar de ser o Governador que mais investiu em Segurança Pública em toda a história do Estado. Em 2017, foram 13,2% do orçamento do estado, contra 5,6%, em 2006. Não poupo esforços para estruturar as nossas polícias Civil e Militar com tecnologia, inteligência, valorização e apoio para enfrentar o crime. Mas não é um processo simples. 

Executamos, desde 2011, o Programa Pacto Pela Vida com o objetivo de estancar o crescimento da taxa de crimes violentos 26 letais intencionais (os CVLIs). Em 2017, conseguimos reduzir em 5,2% os CVLIs no Estado da Bahia. Sendo 8,2% no Interior e 1,2% na região na Região Metropolitana. Infelizmente, em Salvador, depois de todos esses anos de redução, nos quais acumulamos 24% de queda, agora em 2017 tivemos um acréscimo de 3,3% no número de CVLIs. Todos os nossos dados mostram que houve um real aumento dos índices de produtividade da nossa polícia no combate aos ilícitos, quer seja no número de apreensões de armas, drogas e veículos roubados, prisões em flagrante, soluções de autoria de crimes, número de blitzes, roubo a banco, assalto a ônibus etc. Só nos três anos do meu governo, as nossas polícias apreenderam mais de 30 toneladas de drogas! Entretanto, causa espanto nos deparar com tal quantidade de droga que atravessa as fronteiras do país e chega até aqui. 

Como resposta, estamos investindo em segurança. Só em equipamentos policiais, de comunicação e proteção individual nós investimos quase R$ 146 milhões ao longo desses anos. Implantamos a unidade do Graer em Barreiras, já estamos finalizando a de Lençóis e vamos levar também para Vitória da Conquista. Renovei quase que a frota inteira de viaturas das polícias Civil e Militar de todo o estado. Construímos 23 Distritos Integrados de Segurança Pública, os Disep’s e implantamos 16 Centros Integrados de Comunicação – CICOM, a exemplo de Alagoinhas, Barreiras, Paulo Afonso e Porto Seguro. Estamos espalhando câmeras de monitoramento por todo o estado e vamos licitar o serviço de processamento dessas imagens, dando um passo muito largo para localizar pessoas, armas, drogas e veículos roubados. 

Não apenas convoquei aprovados em concursos anteriores à minha gestão, para as Polícias Militar e Civil, como realizei novas seleções públicas para recompor e ampliar o efetivo da nossa corporação. Estão em fase pré-admissional mais 2.500 27 concursados para a PM e para Bombeiro Militar. Exatamente hoje, estão abertas as inscrições para outras 1.000 vagas para a Polícia Civil. Estamos chegando a 6.480 vagas admitidas, só na área de segurança pública. Isso significa prioridade absoluta para reforçar o nosso contingente policial.

Criei a Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo), uma tropa de ocupação especializada para prestar apoio ao policiamento local, em regiões estratégicas com alto índice de criminalidade. O efetivo de 90 policiais foi treinado especificamente para missões de alto risco. 

Ampliamos a Ronda Maria da Penha para nove municípios, incluindo Salvador. A violência contra as mulheres é uma aberração contra a qual lutamos dia após dia com ações policiais e de formação nas escolas e demais instituições. O trabalho da Major Denice Mascarenhas já é reconhecido internacionalmente, o que nos enche de orgulho. 

No contexto do Pacto pela Vida, estão ainda os 13 Centros Olímpicos aos quais me referi antes. Eles vão construir e estreitar uma parceria entre a comunidade e os Comandos locais da PM. O Programa Educacional de Resistência às Drogas – Proerd, só em 2017 beneficiou 72 mil alunos e pais de 810 escolas distribuídas na capital, Região Metropolitana e interior do Estado. Com o Corra para o Abraço, estendemos a mão e oferecemos oportunidades de tratamento a milhares de seres humanos que, por alguma razão, se desencaminharam na vida e caíram na dependência química. 

Construímos novos presídios estaduais e ampliamos as unidades existentes, o que faz com que a Bahia tenha hoje a relação mais confortável entre o número de vagas e número de presos do país. Podemos avançar ainda mais, sofisticando a aplicação de penas alternativas e evitando que autores de pequenos delitos convivam com presos de alta periculosidade. 

Insisto ainda em outra questão. Tenho repetido em todos os lugares por onde passo que as famílias têm um papel indispensável na formação de uma sociedade melhor. É inaceitável que, em pleno século XXI, ainda tenhamos de conviver com níveis tão elevados de intolerância e preconceito contra tudo e contra todos. Precisamos construir outros laços mais afetivos, mais humanos, mais saudáveis e respeitosos. Eu reafirmo o meu compromisso com as famílias, as mulheres, com os negros, os idosos, os deficientes, com a população LGBTT e com as comunidades tradicionais, os quilombolas e indígenas. São parcelas da nossa população com realidades e necessidades específicas que, no atual contexto político, já começam a perder direitos e a estar mais vulneráveis socialmente.

Classificação Indicativa: Livre

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