Política

Relator de investigação sobre Temer no STF intima Segovia a explicar declarações

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Para Luís Roberto Barroso, comentários sobre inquérito podem caracterizar infração penal. À Reuters, diretor da PF disse que tendência é recomendar arquivamento de inquérito contra Temer   |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 10/02/2018, às 14h07   Redação BNews


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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, a explicar declarações dadas em entrevista sobre investigação sobre o presidente Michel Temer.

Em entrevista à agência Reuters, Segovia disse que a tendência na PF é recomendar o arquivamento da investigação, na qual Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar em um decreto que renovou concessões no Porto de Santos.

Entenda:
A agência Reuters divulgou entrevista na qual Segovia afirma que não vê prova contra Temer no inquérito sobre o decreto dos portos e deve pedir arquivamento da investigação
Neste sábado (10), o grupo de delegados da Lava Jato criticou as declarações do chefe da PF e diz que não as referenda
O ministro do STF responsável pelo inquérito dos portos, Luís Barroso, intimou Segovia a prestar esclarecimentos
Segovia divulgou carta em que nega ter falado em arquivamento e diz que investigação sobre Temer não sofre interferência
À TV Globo, Segovia disse, por telefone, que vai comparecer ao gabinete do minstro Barroso, levando a transcrição da entrevista à Reuters, e vai dizer que suas declarações foram mal interpretadas pela imprensa.

Ele disse que não tem, nem teve, a intenção de interferir na investigação ou no trabalho do delegado. Em carta a servidores da PF, Segovia negou ter dito que o inquérito será arquivado e disse que a equipe responsável pelo caso tem "toda a autonomia e isenção".

Para Barroso, no entanto, a conduta de Segovia na entrevista “é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”.

O ministro entendeu que na entrevista o diretor da PF ameaçou o delegado responsável pelo caso, “que deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões”.

Considerou também que a investigação ainda tem diversas diligências pendentes, “razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos” e que, como relator do caso, ainda não recebeu relatório final” do delegado Cleyber Malta Lopes nem parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a investigação.

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