Política
Publicado em 19/02/2018, às 17h30 Luiz Fernando Lima
Uma das poucas peças flutuando no tabuleiro político baiano, o deputado federal Ronaldo Carletto ainda não decidiu se fica no PP para concorrer à reeleição ou se migra para o PR. Entre os membros da “corte” do governo Rui Costa, a entrada do parlamentar entre os candidatos ao Senado é tratada como uma “terceira substituição”.
O PP tende a manter o vice-governador João Leão na mesma cadeira que ocupa atualmente. O PSD, do senador Otto Alencar, em caso do pepista manter-se como vice, indicará o Angelo Coronel para disputar a Casa Alta do Congresso Nacional. Já a senadora Lídice da Mata (PSB) não desistiu de estar no grupo pleiteando a reeleição.
A proposta na mesa de negociação perdura há meses. Carletto, para dentro, migraria para o PR levando consigo mais um deputado federal (Roberto Brito) e outros cinco estaduais. A ideia é dar gordura ao partido para que possa participar da majoritária de Rui Costa. Para isso, a aposta é que o até então intocável Jaques Wagner (PT) deixe o espaço reservado para ele.
O ex-governador é visto como presidenciável, embora pouca gente aposte suas fichas, à vera, nesta possibilidade. Há ainda quem acredite no reposicionamento de Wagner para acomodar as forças políticas da aliança. Neste caso, o “Galego” seria candidato a deputado federal. Esta solução também é tida como improvável.
PR — O partido dos deputados federais de José Carlos Araújo, Zé Rocha e Jonga Bacelar espera ter lugar de fala na decisão da composição da chapa majoritária, principalmente, se houve de fato o crescimento. Não topam, segundo Jonga Bacelar, ficar de fora com o tamanho que terão caso sejam confirmadas as “aquisições”.
Questionado sobre a costura que hoje os colocam abaixo de Lídice na construção da chapa, Jonga foi enfático. “Não existe isso. Nós apoiamos Rui Costa desde o início da eleição passada. Fomos aliados quando ele tinha menos de 5% das intenções de votos enquanto Lídice estava contra ele falando em palanque nacional. Ai, vai implodir a base”.
O deputado, entusiasta da entrada de Carletto no partido, sentencia: "se não nos considerarem significa que querem a implosão da base. Com todo o respeito, preterir a gente para colocar o PSB, com todo o respeito, que só tem Lídice. Nós vamos discordar de cabo a rabo. Lídice foi candidata contra a nossa base. Nós vamos colocar isso na mesa e se optarem por ela é porque não nos querem. Nosso partido é muito maior que o PSB”.
Dentro do espectro das probabilidades ainda é incerto que o indicado do PR seja Carletto em um cenário no qual ele migre para o partido. O deputado federal José Rocha já se manifestou interna e externamente de que deseja ser candidato ao cargo Executivo.
Isso quer dizer que se eventualmente Carletto for para o PR haverá uma disputa interna no partido pela indicação que pode acontecer ou não na majoritária de Rui Costa ou da oposição.
Pessoas próximas ao Palácio de Ondina garantem que a movimentação, se confirmada, vai sacramentar a mudança de lado do PR para o campo político do prefeito ACM Neto.
Para além, ainda haverá outra frente de batalha: os votos de Carletto. O deputado federal tem capital político e econômico que será requerido por quem está no PR e enfrenta dificuldade para manter a votação.
Até o fechamento da janela partidária ainda haverá muitas rodadas de negociações e mudanças de posições.
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