Política

Conflitos por terra resultaram em 70 mortes em 2017; MST promove atos pelo país

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Atividades relembram massacre em Carajás (PA) e promovem mobilizações pró-Lula  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 17/04/2018, às 11h43   Redação BNews


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Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que os conflitos por terra no Brasil resultaram em 70 mortes em 2017 —maior número registrado desde 2003. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (16), véspera do Dia Mundial de Luta Camponesa, ocasião em que também completam-se 22 anos do episódio conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás, em que 21 trabalhadores rurais foram assassinados por policiais militares do estado do Pará. 

Na esteira da efeméride, que incluem atividades do Abril Vermelho, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) promovem em todo o país atos empunhando bandeiras em ao menos duas frentes: a impunidade acerca da matança no interior paraense e mobilizações pela liberdade do ex-presidente Lula, preso desde o dia 7 em Curitiba.

“O massacre aconteceu em 1996, e a data virou um marco na luta pelo direito à terra no Brasil. Entretanto, todos os culpados não foram condenados, mesmo com todas as provas. Temos de garantir a segurança do povo do campo. Com esse governo golpista, os latifundiários parecem que ganharam licença para matar”, diz o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA).

Para ele, "Lula foi quem mais fez pela reforma agrária neste país, criou, políticas públicas que auxiliavam os agricultores familiares e assentados de reforma agrária a produzirem alimentos". 

Na avaliação de Evanildo Costa, coordenador nacional do MST, o movimento seguirá cobrando punição aos envolvidos no massacre do Pará e também seguirá “nas ruas em defesa de Lula, Dilma e da democracia”.

Sobre o massacre nos anos 1990, Costa diz que os culpados não foram devidamente punidos —em maio de 2012, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria de Oliveira foram presos e condenados, respectivamente, a 228 anos e 158 anos de reclusão.

“Foram 16 anos para que eles fossem condenados. Já os demais policiais não foram punidos. E o governador da época, Almir Gabriel (PSDB), morreu sem ter sido julgado pelo crime que cometeu”, ressalta.

“Hoje também se completam dois anos do golpe contra Dilma. Estamos defendendo o direito de acesso à terra e não vamos esquecer daqueles que tombaram na luta. São 22 anos de impunidade. Até hoje as pessoas sofrem com o crime. Nenhuma família foi indenizada. E nesse governo Temer, nesses dois anos de golpe, nós temos para mais de 150 trabalhadores assassinados. Trabalhadores que vêm resistindo à retirada de direitos que acontece”, reitera o dirigente.

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