Política

Demissão polêmica

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O afastamento de dona Baixinha da copa da Agecom gera crise no órgão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/10/2010, às 13h25   Ivana Braga



O afastamento de Maria do Carmo, dona Baixinha, como era carinhosamente tratada, que servia na copa da Assessoria Geral de Comunicação do Governo da Bahia (Agecom), está causando muita confusão. De acordo com as informações iniciais, Baixinha teria sido demitida por capricho da coordenadora Marlupe Caldas, que não teria gostado do fato de a servidora ter jogado no lixo um vasilhame de sequilhos descartável que pertencia à coordenadora.

Uma segunda versão deu conta que Baixinha teria sido afastada porque estaria privatizando a copa da Agecom, já que vendia comida e doces para aumentar a renda, aliás, uma prática comum no serviço público baiano.

Maria do Carmo não era servidora do quadro do estado, era terceirizada, mas lá esteve desde o governo de João Durval, quando a Agecom ainda era Secretaria de Comunicação (Secom). De lá para cá se passaram 28 anos.

Ao longo desses anos, D. Baixinha viu passar muitos governadores e ocupantes de cargos na chefia da Comunicação do governo baiano, jornalistas, coordenadores, fotógrafos, enfim. Todos chegavam e iam embora, e ela lá, resistindo firmemente, ganhando um salário miserável que complementava vendendo seus quitutes e seus doces para os colegas.

Na semana passada, no entanto, a notícia da “demissão” de D. Baixinha causou surpresa dentro e fora dos corredores da Agecom. Não pela demissão em si, já que qualquer empregador tem o direito de demitir e admitir, especialmente se o vínculo empregatício é tão frágil como a terceirização, prática adotada pela administração pública para burlar a lei que obriga a realização de concurso público.

A surpresa, no episódio de D. Baixinha, foi a justificativa para descartar a antiga funcionária, “chefe” de família e com um neto portador de anemia falciforme que depende de Maria do Carmo. Ela estaria "privatizando" a copa do órgão público.

A reportagem do Bocão News tentou falar com a coordenadora Marlupe Caldas, sem sucesso. Durante toda a manhã fez diversas ligações para o celular da coordenada, mas uma vez apenas foi atendido por outra pessoa que informou que a funcionária estaria em reunião com o chefe da Agecom, Robinson Almeida. A reportagem tentou o celular de Almeida que também não atendeu.

No entanto, apurou que o afastamento de dona Baixinha foi decorrente de uma reestruturação nas copas de todas as secretarias que funcionam no prédio da Governadoria. Todas as pessoas que também comercializavam comida no local foram reaproveitadas, com exceção de Baixinha, o que reforça a versão de demissão por capricho da coordenadora.  

No rebote do afastamento de Baixinha, outras demissões são atribuídas à coordenadora Marlupe Caldas que, segundo as acusações, seria responsável pela demissão de jornalistas da equipe de TV e da sua própria secretária, Simone.

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