João Leão assumiu o controle da Casa Civil com duas missões: auxiliar a prefeitura a captar mais recursos através de convênios com governo do estado e União e melhorar a relação do Thomé de Souza com a base aliada na Câmara Municipal. Não é preciso ser especialista em gestão pública e política para perceber que ele falhou nas duas tarefas.
Desde o ingresso do PP na gestão municipal nenhuma obra de grande impacto foi realizada na cidade. E o pior: a prefeitura perdeu a “queda de braço” com o governo Wagner e não pôde nem sequer dar “palpite” na escolha do modal da Avenida Paralela.
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“Aeromóvel”, que não saiu do papel mas já é tratado como “mostrengo” por especialistas em transporte urbano.
Tormenta - No campo político, logo de cara, Leão comprou briga com alguns vereadores, a exemplo de Alfredo Mangueira (PMDB) e Adriano Meireles (PSC). O último chegou a afirmar que foi
ameaçado pelo secretário para votar o projeto de isenção fiscal do Parque Tecnológico. Passada a primeira “tormenta”, o chefe da Casa Civil se comprometeu a construir um canal de diálogo permanente com a Câmara, o que não foi cumprido. Nesta semana, como comprova matéria publicada neste site, ele destratou um grupo de parlamentares que foi deixado
“a ver navios” no estacionamento do Thomé de Souza.
Ao falar sobre o “super secretário”, o vereador Alcindo da Anunciação não usou nenhum termo pejorativo. Mas, foi enfático quando apontou deficiências do responsável pela articulação política de João Henrique. “Leão é um homem experiente e bem articulado. Entretanto, não pode fazer tudo ao mesmo tempo. Ele quer buscar recursos em Brasília, cuidar das suas bases no interior e ainda tratar com o Legislativo. Não dá para bater o escanteio e querer ir para área cabecear. Aí as coisas desandam. Não se pode tratar um vereador como um leigo. Muito menos imaginar que seremos submissos. Fazer afagos e chamar de ‘bonitão’ não é suficiente. Acho que João Leão não é a pessoa ideal para fazer a interlocução com a Câmara”.
Bola nas costas - Já Paulo Câmara (PSDB) é mais incisivo e destaca a deterioração da credibilidade da Casa Civil. “Tudo piorou. Falta respeito e compromisso. O comentário entre todos é que a base era feliz com João Cavalcanti (antecessor de Leão) e não sabia. Na verdade, é difícil até mesmo encontrá-lo. Pelo visto, de 2ª a 5ª ele fica fora da cidade. Passa tanto tempo em Brasília que parece que continua ativo no mandato de deputado federal”.
“João Leão frustrou todas as expectativas da Casa”, observou um vereador com cargo na Mesa Diretora, que falou com a reportagem com o compromisso de ter a identidade preservada. A mesma fonte observou que a última reunião com João Henrique foi idealizada por Cavalcanti, atual chefe de gabinete do prefeito. “Pra variar, Leão estava em Brasília. Acabou tomando uma bola nas costas”, emendou.
O
Bocão News tentou falar com o chefe da Casa Civil, mas seus celulares permaneceram na caixa até a publicação desta matéria.
Foto: Edson Ruiz/Bocão News
