Política

Bahia Farm Show: em abertura de Feira, Rui Costa critica governo Temer

Luiz Fernando Lima / BNews
Governador anuncia chapa majoritária no Sábado  |   Bnews - Divulgação Luiz Fernando Lima / BNews

Publicado em 05/06/2018, às 16h59   Luiz Fernando Lima


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A dois meses para o fim do prazo para realização das convenções partidárias pré-eleição, o governador Rui Costa (PT) voltou a afirmar que pretende anunciar a composição da chapa majoritária até o próximo sábado (9). Em Luís Eduardo Magalhães, onde participou da abertura da Bahia Farm Show, o petista disse que pretende conversar com a senadora Lídice da Mata (PSB) na próxima quinta-feira (7) e selar um acordo.

Embora não tenha entrada em detalhes, o que se sabe é que a conversa deve confirmar a presença do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), na última vaga aberta na composição da chapa, restando os ajustes de qual o papel caberá à senadora na disputa eleitoral. Rui Costa não confirma oficialmente a informação da ausência da socialista na chapa, mas isto é questão de respeito à história da senadora e de tempo.

Na abertura do evento, que acontece uma semana após o programado devido à greve dos caminhoneiros, Rui Costa criticou, novamente, a política de preços praticados pela Petrobras a “mando” do governado Michel Temer (MDB). Para ele, é incompreensível o desmantelamento da maior estatal nacional e tampouco é possível explicar as razões pelas quais se optou por reduzir a capacidade de refino na petroleira.

“O ‘zap’ é uma ferramenta extraordinária de comunicação, mas estimula muito as pessoas que querem difundir inverdades. Por exemplo, a ‘notícia’ de que o ICMS para o diesel na Bahia era de 30% é uma mentira. O ICMS para o diesel na Bahia é exatamente igual ao dos outros oito estados nordestinos: 18%. Há muito tempo está em 18%. Não houve qualquer alteração”.

Rui Costa também esclareceu o percentual de ICMS no botijão de gás. Segundo o governador, “o ICMS é 12% sendo o menor do Brasil. Nenhum estado brasileiro, nenhum, nem o estado mais rico que é São Paulo tem o mesmo. Se a Petrobras diz que vende o botijão de gás a R$ 26 o que a Bahia está cobrando é R$ 2,70 ou R$ 2,80. Alguém está ficando com a diferença porque no mercado estão vendendo botijão de gás há R$ 80 ou R$ 90. O governo está longe de ser responsável por este valor. Quem de fato aumentou o imposto foi o governo federal que quando entrou aumentou em 100% o valor do PIS/Cofins”.

No que se refere à Petrobras, o petista afirma que a política atual escolhida pelo presidente é “desastrosa”. “Não apenas (a política) de preço, mas de estratégia para o País. Eu gosto de registrar que as principais gerras do mundo nas últimas décadas teve uma motivação: o controle enérgico tendo como base o petróleo. Ninguém invadiu nenhum País pobre da África. As guerras se deram em todos os país com riquezas de petróleo. O que nós estamos fazendo no Brasil é incompreensível”.

Conforme o governador, “nós temos uma refinaria na Bahia, que é a segunda maior do Brasil, ela nunca produziu apenas a 50% da capacidade e desde que este governo entrou a produção está reduzida a metade. Raciocinem que se na terra irrigada de vocês (agricultores) estivessem produzindo a 50% da capacidade das máquinas e das instalações. O custo unitário do produto iria disparar. Diminuindo a capacidade produzida há o aumento do custo unitário do que se está produzindo. O que justifica as refinarias no Brasil estarem produzindo a 50% da capacidade? Pela primeira vez na história do Brasil isso está acontecendo. O que justifica dolarizar a economia nacional importando, deixar de produzir, para importar em dólar e tentar repassar este custo aos brasileiros. É isso que está acontecendo. É inexplicável. Eu não consigo entender”.

Fiol — A greve dos caminhoneiros acendeu novamente as discussões sobre a necessidade de expandir os modais logísticos do país. Neste contexto, as pressões para que sejam terminadas a Ferrovia de Integração Oeste Leste e o Porto Sul cresceram. As associações de produtores cobram da gestão celeridade na execução das obras.
O governador afirma que tudo que poderia ser feito no âmbito estadual foi feito. “Infelizmente, tudo que a Bahia poderia fazer ela fez. O estudo de viabilidade econômica quem fez fomos nós do governo. A Bahia se ofereceu para recepcionar o ativo da ferrovia que tem hoje e a Bahia se responsabilizaria por fazer a ferrovia, mas o governo federal não abriu mão. Nós estamos no ritmo, não no da Bahia, mas no do governo federal que está prometendo para agosto a audiência pública”.

Rui Costa diz ainda que em viagens feitas à China conseguiu despertar o interesse de empresários chineses para construir a ferrovia e o Porto Sul, mas que tudo está nas mãos do governo federal. “A ideia é licitar, eu viajei várias vezes para China tive assinatura com o presidente chinês, e hoje temos um consórcio forte, com seis empresas internacionais algumas chinesas dispostas a entrar na ferrovia e a construir o porto”. 

Sobre o Porto Sul, o petista diz que só será possível realizar a obra após a construção da ferrovia. “Nós só vamos conseguir construir o Porto no momento em que tivermos a ferrovia. Para o Porto já temos a solução, tem as empresas e quem vai fazer. Só que o investidor tem juízo e ninguém vai botar R$ 1 no Porto enquanto não ver iniciada a obra da ferrovia. O Porto não vale nada se não tiver a ferrovia. Nós vamos aguardar. Se passasse para nós eu já teria realizado”.

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