A direção municipal do Partido Verde de Salvador aprovou, na última terça-feira (27), uma resolução interna exigindo que os postulantes a cargos eletivos em 2012 na capital precisam atender aos critérios estabelecidos pela Lei da Ficha Lima.
A iniciativa dos verdes é um exemplo de que, a despeito da não aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF), a vontade popular pode ser absorvida por agremiações partidárias independente do moroso processo burocrático que permeia a Justiça brasileira.
“Mesmo ameaçada a Ficha Limpa trouxe um importante debate para a sociedade. Precisamos garantir que esse desejo popular, com mais de 1 milhão de assinaturas, seja de fato garantido, e o PV sai na frente”, declarou André Fraga, Presidente do PV Salvador.
No mesmo sentido os petistas aprovaram no último congresso nacional da legenda uma resolução que limita o número de mandatos de deputados federais e senadores.
Voltando à Lei da Ficha Limpa, nesta quarta-feira (28), o gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu com 594 vassouras que foram colocadas lá em protesto pela aplicação da regra eleitoral.
Os manifestantes, da ONG Rio da Paz, colocaram as vassouras para cobrar além da Lei, a aprovação do voto aberto de parlamentares.
De acordo com o presidente da entidade, Antônio Carlos Costa, “a vassoura simboliza a exigência da sociedade de que o Congresso esteja ao lado do povo no combate à corrupção no Brasil”.
Esta não é a primeira vez que a ONG faz um protesto cênico em Brasília. Em 2007, cerca de 15 mil lenços brancos foram pendurados em varais na Esplanada dos Ministérios, como forma de representar o número de brasileiros assassinados no país nos cinco primeiros meses daquele ano.
“Queremos inaugurar uma nova fase da sociedade civil com o Congresso. Dizer que a corrupção vive no pior ambiente possível, gosta de escuridão, de penumbra. E o voto aberto é luz”, comenta Antônio Carlos.
O protesto ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Ética da Câmara vai votar o relatório preliminar do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) no processo contra Valdemar Costa Neto (PR-SP) por quebra de decoro parlamentar.
O PSOL e o PPS pediram a abertura de processo sob a acusação de que Valdemar Costa Neto teria envolvimento em irregularidades no Ministério dos Transportes, pasta comandada pelo PR.
