Política

Moralista, Bolsonaro pode ajudar a eleger vereador com passagem na polícia e prefeito impopular na Bahia

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Pré-candidato tem se colocado como um candidato honesto em meio ao lamaçal que tomou conta da política nos últimos anos  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 09/08/2018, às 17h51   Henrique Brinco


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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) acumulou grande eleitorado nos últimos anos com uma fala sobretudo moralista direcionada aos brasileiros mais conservadores. O icônico deputado federal, apelidado de "mito", virou uma espécie de "mártir da moralidade pública" após defender posicionamentos polêmicos em programas popularescos de baixa audiência na TV aberta. Só que, o que era considerado apenas piada, acabou se tornando coisa séria quando ele decidiu se lançar pela primeira vez ao Executivo - após quase três décadas na Câmara Federal.

Bolsonaro tem um discurso voltado ao combate dos direitos de gays, mulheres e cotas para negros. E tem se colocado como um candidato honesto em meio ao lamaçal que tomou conta da política nos últimos anos. Só que, apesar os grandes índices de popularidade e de intenção de voto, o pré-candidato ainda não tinha um palanque na Bahia - considerado um dos estados fundamentais para qualquer candidato que almeja assumir o Palácio do Planalto.

Nos últimos dias, ele encontrou uma solução para o problema selando uma aliança que pode eleger dois personagens bastante conhecidos do eleitorado baiano: o vereador Igor Kannário (PHS) e o ex-prefeito João Henrique (PRTB). O primeiro almeja uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia. O segundo, a cadeira do governador. A ajuda se dará porque o PSL coligou com o PRTB na chapa majoritária e com o PHS na proporcional.

Kannário, célebre pela alcunha de "Príncipe do Gueto", já foi detido e teve seu nome envolvido em diversas polêmicas. Em 2014, ele foi conduzido até a delegacia após ser acusado de desacato a um policial.  Em 2015, também foi detido por porte de maconha.

Desde então, se expressa duramente contra agentes ligados a segurança pública - justamente o eleitorado da chapa de Bolsonaro. Um discurso que arrebata as multidões nas regiões periféricas e desperta impopularidade entre as autoridades. Mais recentemente, no início de 2018, foi parado em uma blitz e teve o veículo apreendido por causa do licenciamento atrasado.

Já João Henrique é considerado um dos prefeitos mais impopulares da história de Salvador. Em 2009, o ex-gestor teve a popularidade medida com nota 5,1, de 10, pelo instituto da Datafolha. Sua gestão ficou bastante marcada diante da população pela pouca atenção para a mobilidade urbana e segurança dos bens públicos da cidade, além de atrasos em grandes obras (como a do metrô).

JH também manteve uma relação bastante próxima com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) - preso no ano passado por suspeita de ser dono de um montante de R$ 51 milhões em dinheiro vivo, guardados em um apartamento na capital baiana. Na época, o emedebista foi um dos principais articuladores que ajudaram na reeleição do ex-prefeito. 

Bolsonaro terá muito o que explicar quando for subir ao palanque do PRTB na Bahia.

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