Política

Para cientista político, Jutahy e Coronel não têm chances de ganhar disputa ao Senado

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A escolha do PT pelo presidente da AL-BA, Angelo Coronel como candidato ao Senado, invés de Lídice da Mata, foi um dos fatores responsáveis pela perda do eleitorado baiano  |   Bnews - Divulgação Arquivo/BNews

Publicado em 12/09/2018, às 09h32   Chayenne Guerreiro


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O cientista político Carlos Zacarias desenhou, durante entrevista ao apresentador José Eduardo na Metrópole FM, o cenário do pleito para o Senado entre candidatos baianos nas eleições desse ano. De acordo com Zacarias, a escolha do governador Rui Costa (PT) pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD), como candidato ao Senado, em detrimento de Lídice da Mata (PSB), foi um dos fatores responsáveis pela perda do eleitorado baiano.

“O PT tem feito um esforço tremendo para reafirmar a candidatura de Coronel como do partido, uma candidatura ungida por Lula. Mas o PT tem o revés de conquistar o eleitorado que se afastou e diz que não vai votar em Coronel por causa do que o PT fez com Lídice da Mata. Vamos lembrar que ela foi eleita na chapa do PT e seria a candidata natural do partido, mesmo sendo do PSB, cumpriu um papel importante na luta contra o impeachment, foi uma aliada fiel, alguém que ganhou muito respeito da esquerda e o PT teve que preterir Lídice em função dos acordos que fez o presidente da AL-BA, Angelo Coronel. Então, o PT tem uma dificuldade nesse momento de reafirmar Coronel como o candidato do partido e como a segunda candidatura ao Senado”, explicou.

Ainda segundo o cientista político, o fato foi usado como estratégia do candidato Irmão Lazaro (PSC), que viu uma brecha para conquistar os eleitores de esquerda. “O Irmão Lázaro oscilou nas duas semanas de campanha, fez um primeiro momento já percebendo que havia esse vazio de um eleitor mais progressista, mas vinculado à esquerda, que estava ressabiado por causa da atitude do PT com Lídice, então eles usaram logo a mensagem que o Irmão Lázaro votou contra a reforma trabalhista e ele vai continuar lutando contra a reforma da previdência, acena para o eleitorado do PT e consolida um segundo lugar em boa posição, com 23%”.

Zacarias considera ainda improvável que possa haver uma mudança significativa no cenário já apresentado, em que Jaques Wagner se elegeria senador pelo PT com 34% dos votos e Irmão Lázaro com 23%, desconsiderando assim, os candidatos do PSD e do PSDB na disputa.

“É improvável que o Jutahy, que vem em terceiro lugar, alcance Lázaro pela capacidade que ele tem de falar com o povão. E se na primeira semana ele falou com a esquerda, da metade pra final ele já passou a falar com o eleitorado de ACM Neto, já aparece falando com o eleitorado conservador, tentando dizer que vai pra lá e vai pra cá. É uma candidatura que surpreende, ele largar em segundo lugar, mas ele tem um eleitorado religioso, que costuma ser fiel. Talvez Coronel encoste em Jutahy e até passe, isso se o PT conseguir trazer, se não, teremos esse cenário já exposto de Wagner e Irmão Lázaro”.

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