Política

Negromonte: ministro será mais uma carta já fora do baralho?

Imagem Negromonte: ministro será mais uma carta já fora do baralho?
30 dos 41 deputados do PP querem a pasta ocupada por outro nome  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/10/2011, às 07h54   Caroline Gois




Apesar da pressão da bancada do PP na Câmara pela substituição do ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP-BA), a decisão da presidente Dilma Rousseff é mantê-lo até a reforma ministerial que deve ocorrer em janeiro. A não ser que surja fato novo e forte, a presidente não quer ter o desgaste de nova troca no primeiro escalão só porque os deputados do PP querem.
Nada menos de 30 dos 41 deputados do PP querem a pasta ocupada por outro nome do partido.

De acordo com o Jornal da Mídia, já há o reconhecimento no núcleo palaciano de que Negromonte perdeu a sustentação do partido e que sua situação é delicada.

A insatisfação da bancada foi comunicada ao ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, pelo novo líder do partido, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Na conversa, Carvalho foi direto: disse que o Brasil tem um regime presidencialista, e não parlamentarista. E que os partidos não têm autonomia para tirar os ministros do governo Dilma.

Negromonte é carta fora do baralho desde que reportagem publicada pela revista VEJA, em agosto, informou que um grupo de deputados do partido procurou a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para denunciar que emissários do ministro — que vive em guerra aberta com o correligionário e antecessor, Márcio Fortes — estavam oferecendo uma mesada de R$ 30 mil mensais em troca de apoio. Tudo mentira? Só no dia 16 de agosto, estiveram com o ministro 12 parlamentares do partido — três deles confirmaram à VEJA a oferta: “Muitos ficaram assustados com a pressão que sofreram no ministério. Quando os argumentos se esgotavam, vinha a proposta de dinheiro”, afirmou um deles. O próprio Ministério das Relações Institucionais confirmou ter recebido a denúncia e repassado à presidente Dilma.

O PP recuou, temendo ficar sem o Ministério das Cidades caso Negromonte saísse naquela hora. Por isso, os deputados evitaram responder. Negromonte prometeu ao Planalto reunificar a bancada e anunciou a realização de um almoço de pacificação que nunca ocorreu. Desde então, Aguinaldo Ribeiro não se encontrou com Negromonte, e agora deputados do PP voltaram à carga contra o ministro. Como Negromonte, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) também está enfraquecido.

O ministro das Cidades Mário Negromonte afirmou, em nota, que é vítima de uma campanha política para tirá-lo do cargo, mas que, apesar disso, continua exercendo plenamente a função pública em todas as atribuições.

Ele disse que a presidente continua cobrando dele detalhes de programas de sua pasta, como a cobertura de azulejos dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida.

O ministro afirma ainda que partiu dele a proposta de incluir a pasta das Cidades no grupo de ministérios que cuida da Copa do Mundo e que tem monitorado os programas, participado das reuniões decisórias e feito os balanços necessários.

A nota é uma resposta do ministro à reportagem da Folha de São Paulo que abordou o isolamento do ministro no governo Dilma (leia aqui).

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