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"DEM tem que comemorar mesmo, porque não vai passar disso", diz especialista sobre desempenho de Zé Ronaldo

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A possibilidade de ver sua base aliada debandar para o lado de Rui, após o resultado do pleito desse ano, também é algo que deve pesar no futuro do democrata  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 27/09/2018, às 11h09   Chayenne Guerreiro


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O professor e pesquisador no Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades (CRH) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Carlos Zacarias, faz uma previsão não muito animadora para o DEM quando o assunto é o possível resultado das eleições 2018 para governador na Bahia.

Em entrevista ao apresentador José Eduardo, na Metrópole FM, na manhã desta quinta-feira (27), ele diz que o crescimento alcançado por Zé Ronaldo na última pesquisa divulgada, cerca de 3%, segundo o Ibope, não deve representar um crescente na campanha do democrata. “O DEM tem que comemorar mesmo, porque não vai passar disso. A frente estabelecida pelo governador Rui Costa é muito forte. É praticamente impossível que ele não leve no primeiro turno, tendo, a 10 dias da eleição, 60% das intenções de voto. Nas outras eleições, os candidatos do PT não lideravam as pesquisas e ganharam no primeiro turno, imagine agora, que lideram”, frisou.


Segundo o docente, a escolha de Zé Ronaldo como cabeça de chapa e a participação do partido no governo Temer são fatores preponderantes para a derrota da legenda. “O DEM não tem muitas margens para crescer, pela escolha de Zé Ronaldo como candidato e pelo partido ter se envolvido com o governo Temer, um governo totalmente reprovado, está claro nessas eleições, tanto a nível estadual quanto nacional, que candidaturas que ficaram muito maculadas pela participação no governo Temer vão ter um prejuízo grande”.


A derrota estadual deve representar um problema ainda maior para o prefeito ACM Neto e sua intenção de manter a sucessão da prefeitura municipal com o Democratas. Segundo Carlos Zacarias, a vitória de Rui fortalece o PT no pleito de 2020 e traz uma incógnita a ser respondida pelo partido do prefeito: quem poderia vir a ter o tamanho político de Neto, para sucedê-lo nas próximas eleições para o comando do Executivo municipal? De acordo com Zacarias, Neto vai amargar ainda em 2020 a decisão de não concorrer ao governo estadual.

“O PT entra de novo na cena politica municipal, depois de ter perdido duas eleições municipais. Essas eleições colocam o partido de novo no páreo para disputar uma eleição para a prefeitura em 2020. Essa derrota do DEM vai certamente impactar, até porque o ACM Neto não pode mais ser candidato a prefeitura e não há nenhuma liderança que concorra com ele em termos de popularidade. Ninguém representa o tamanho político que Neto alcançou. Ele que colhe essa aposta, foi ele que recuou de concorrer ao governo do estado porque certamente percebeu que corria um risco muito grande, porque se tivesse concorrendo e sofresse derrota ia ser muito marcante. Ele traçou essa aposta e com certeza vai colher isso em 2020 e certamente em 2022 quando ele pleiteia concorrer ao governo do estado”, explicou.


A possibilidade de ver sua base aliada debandar para o lado de Rui, após o resultado do pleito desse ano, também é algo que deve pesar no futuro do democrata, segundo o especialista. “As maiorias no Brasil sempre foram circunstanciais. Todos os governos fizeram maioria no Congresso após as eleições, não que tenham eleito a maioria, mas viram os partidos migrarem para o governo porque há uma política fisiológica estabelecida, lamentavelmente, e isso termina determinando a constituição de maioria significativa no parlamento, que se transforma em maiorias efetivas no plano do estado, ou no âmbito nacional”.

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