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Zé Alves e Tinoco confirmam reunião com diretor do Othon e secretário estadual dispara: “dificuldade é a nível de IPTU”

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Hotel anunciou fechamento da unidade em Salvador para novembro deste ano  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 19/10/2018, às 14h23   Rafael Albuquerque


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O anúncio do encerramento das atividades do Bahia Othon Palace Hotel, localizado em Ondina, bairro nobre de Salvador e principal circuito do Carnaval, foi apenas um capítulo de uma novela que tem muito o que render. Nos bastidores da política baiana há quem aposte que haverá politização do caso, mas até o momento os secretários de Cultura e Turismo do governo e prefeitura se mostram empenhados em tentar solucionar o problema, que mostra a decadência do setor de hotelaria na capital baiana.

Em entrevista ao BNews Claudio Tinoco, secretário de Cultura e Turismo de Salvador, foi enfático ao afirmar que ainda não trabalha com o fechamento do hotel como um fato, mas por enquanto como uma hipótese. Tinoco revelou à reportagem que haverá uma reunião na próxima terça-feira (23), com o secretário de Turismo do estado e com o diretor operacional do Othon, Jorge Chaves, para tratar do assunto.

“Ele virá a Salvador para reuniões internas. Nós e o secretário de Turismo do estado solicitamos essa reunião para conhecer as razões para essa decisão e interagir no intuito do objetivo de todos, que é a reversão da decisão ou até mesmo uma reabertura. Mas trabalharei para a revisão da decisão a partir do momento que a gente possa tomar conhecimento da causa e do motivo, e avaliar de que forma podemos trabalhar de forma conjunta”, disse Tinoco ao BNews.

O secretário reafirmou que, por enquanto, só trabalha com o fechamento como hipótese, pois “em primeiro lugar, o Othon tem, em relação ao carnaval, duas vantagens. Por estar instalado dentro do circuito, é muito procurado por turistas. Ele consegue obter 100% de ocupação, e seu cliente está inteiramente associado à festa. Segundo, ele cede sua área para montagem de um dos principais e mais antigos camarotes do Carnaval de Salvador. O antigo Planeta Othon, hoje Planeta Band, além de um receptivo pra turistas e baianos, tem a divulgação do Carnaval pela cobertura que a emissora faz a partir daquele ponto”.

Outro fator importante apontado pelo secretário municipal na confirmação da hipótese de fechamento do Othon é a degradação e abandono do prédio onde atualmente funciona o hotel: “na hipótese do fechamento do hotel e de o imóvel ficar desocupado, não queremos e não vamos admitir que vire ruina, um espaço abandonado durante o ano todo como está o Salvador Praia Hotel. Não vamos aceitar que vire um imbróglio judicial e o município e a sociedade soteropolitana assistam isso”.

Questionado sobre os reflexos do fechamento para o Carnaval, Tinoco esclareceu que “claro que a prefeitura não pensa em outra coisa que não seja a possibilidade de reversão da decisão. Quem licencia e autoriza a instalação dos camarotes é a prefeitura. Vamos analisar esse aspecto no contexto da festa como um todo”.

Sobre as propostas de solução que pretende levar para a reunião, Tinoco salientou que só pode “levar algo quando soubermos as razões que levaram a esse fechamento. Se houver mesmo essa inviabilidade econômica, isso tem que ser apresentado por eles. Tem que ver se tem algum custo de viabilidade que remeta à questão tributária de impostos federais, municipais, do setor sindical. A partir daí, se for um tema que remeta a algo da competência do município, estaremos abertos dentro da responsabilidade e dos limites, desde que isso responda a interesses do setor e não de uma unidade específica”.

Procurado, o secretário José Alves, que comanda a pasta estadual de Turismo, confirmou a reunião: “eu que marquei, vai ser terça ou quarta”. Alves ressaltou que tem “esperança de reverter” a decisão de fechamento e que o objetivo da reunião é para “ver as dificuldades deles”: “de uma forma ou de outra dizem que tem dificuldade com IPTU. Já conversei isso com Tinoco para ver de que forma ele pode ajudar”. Questionado sobre de que forma o Estado poderia contribuir para reverter a decisão do fechamento do Othon, Alves sugeriu que a responsabilidade a partir de agora é da prefeitura por causa de impostos municipais: “do Estado basicamente não tem nada. O que ele pode fazer é se precisar de algum recurso novo, podemos aproximar ele [o Othon] do Desenbahia. Eu estou vendo que a dificuldade é a nível de IPTU. Tem também taxa de serviço, que tem que negociar”.

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