Política

Executivos da J&F são presos por ocultarem fatos nas delações

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Dezenove pessoas tiveram a prisão decretada nesta sexta-feira (9), na Operação Capitu  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Rovena Rosa/Agência Brasil

Publicado em 09/11/2018, às 16h03   Redação BNews


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Dezenove pessoas tiveram a prisão decretada nesta sexta-feira (9), na Operação Capitu, deflagrada pela Polícia Federal para apurar fraudes no Ministério da Agricultura. Dentre os presos, estão os executivos do grupo J&F, Joesley Batista e Ricardo Saud, que fecharam acordo de delação com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

A desembargadora do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Mônica Sifuentes, alegou, em despacho, que os executivos do grupo J&F ocultaram fatos relevantes nas delações premiadas. A Polícia Federal (PF) solicitou à Justiça a prisão preventiva (sem tempo determinado) dos executivos e do ex-deputado Eduardo Cunha, mas a desembargadora autorizou somente a prisão temporária, cujo prazo é de 10 dias.

Também foram presos temporariamente os ex-ministros da Agricultura Antonio Andrade e Neri Geller e o deputado estadual João Magalhães (MDB).

Os advogados de Joesley Batista citaram que as investigações da operação começaram justamente a partir dos depoimentos do empresário e que ele não poderia ser preso por causa do acordo de delação prever imunidade. 

Na decisão, a desembargadora Mônica Sifuentes lembrou que outra operação policial em Minas Gerais, chamada de "O Quinto", apontou que em janeiro de 2015 os executivos da J&F suprimiram documentos que seriam provas. Além disso, em depoimentos recentes, tentaram impedir o esclarecimento dos crimes no Ministério da Agricultura.

"As declarações são, portanto, recentes, e não correspondem ao que foi até o momento apurado pela autoridade policial, revelando que os indiciados continuam a ocultar os fatos, muito embora se comportem, aparentemente, como se estivessem colaborando com a Justiça, assinando acordos de colaboração premiada. Ao que parece, e à primeira vista, na verdade estão direcionando a atividade policial e investigatória para aquilo que lhes interessa revelar, ocultando fatos relevantes para o esclarecimento da atividade criminosa que se instalou no âmbito da administração pública federal", destacou a desembargadora.

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