Política

Posse de Bolsonaro faz UE e Mercosul correrem atrás de acordos

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O diálogo político, a cooperação e o livre-comércio são os temas principais das negociações  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 12/11/2018, às 22h31   Redação BNews


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O dia 1º de janeiro de 2019 está causando diversas incertezas no Brasil e no mundo. Negociadores da União Europeia (UE) e do Mercosul estão correndo contra o tempo para avançar o máximo possível em acordos entre os dois blocos antes da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O diálogo político, a cooperação e o livre-comércio são os temas principais das negociações.

Os representantes das entidades estão reunidos, de hoje (12) até o final da semana, em Bruxelas, para uma nova rodada de negociações. A depender dos progressos, as reuniões poderão se estender. Se acordos não forem fechados, as equipes querem garantir pelo menos avanços nas negociações.

A comissária da UE para o Comércio, Cecilia Malmström, afirmou, na semana passada, que seu interlocutor no Brasil continua sendo o governo do presidente Michel Temer e que a organização não sabe como serão as coisas durante a gestão de Bolsonaro, já que ele apontou que o bloco sul-americano não será prioridade. "No ano que vem, veremos o que vai acontecer. Por isso, estamos tentando dar o último empurrão ou, pelo menos, um que seja grande o bastante para chegarmos verdadeiramente perto", explicou Cecilia.

Ela admitiu que os contatos entre a UE e o Mercosul se intensificaram nas últimas semanas. Mesmo tendo havido progressos, a comissária avisou que ainda há muito a ser feito.

"Não vamos ceder em nada que rebaixe os padrões da Europa, tanto em agricultura como em produtos industriais", afirmou a ministra austríaca da Economia, Margarete Schramböck. A abertura para os produtos agrícolas europeus no bloco sul-americano, principalmente no que se refere a carnes e etanol, vem sendo considerada insuficiente para a UE. Ela ainda busca um comprometimento maior do Mercosul para que haja uma abertura do setor industrial, sobretudo no mercado de veículos.

Para fontes dos países do Mercosul, o acordo poderá enfrentar dificuldades com Bolsonaro. O ministro da Economia e Finanças do Uruguai, Danilo Astori, acredita ser difícil concluir o tratado comercial por conta das diferenças internas nos dois blocos, além das incertezas sobre o posicionamento do novo governo brasileiro. Temas que atrapalhariam o acordo são as indicações geográficas, os setores automotivo e de laticínios e a oferta da UE de acesso ao mercado de produtos. 

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