Política

Historiador político diz que Bolsonaro faz novo ‘toma lá, dá cá’ ao negociar com os ‘lobbies’ das bancadas

Vagner Souza/Arquivo BNews
Os ruralistas indicaram Tereza Cristina (DEM) para o ministério da Agricultura e a bancada evangélica sugeriu três nomes para a pasta da Cidadania  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/Arquivo BNews

Publicado em 29/11/2018, às 12h12   Guilherme Reis



O historiador político Carlos Zacarias acredita que a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), recorre a uma espécie de ‘toma lá, dá cá’ com nova roupagem ao negociar e ceder a pressões das bancadas evangélica, do agronegócio e da segurança pública. “Bolsonaro acha que não negociar com partidos é saudável, mas negocia com os lobbies do agronegócio, da bancada evangélica e da segurança pública”, avaliou, em entrevista ao BNews.

Os ruralistas indicaram Tereza Cristina (DEM) para o ministério da Agricultura e a bancada evangélica sugeriu três nomes para a pasta da Cidadania. Embora não tenha obtido sucesso, o grupo reagiu à indicação de Mozart Neves para a Educação, contribuindo para a escolha de Ricardo Vélez Rodríguez para chefiar a pasta. 

Na avaliação de Zacarias, a composição do novo governo indica um viés ultraliberal e ideológico. “Paulo Guedes demonstra a disposição ultraliberal de Bolsonaro, de venda do patrimônio público. O segundo pilar que eu entendo é a de retirada de direitos iniciada no governo Michel Temer. Ele está francamente empenhado em fazer a reforma da Previdência”, acredita. 

“Um terceiro pilar que vejo muito claramente é o pilar ideológico. Esse ele não terceirizou. Ele acredita que haja uma ofensiva doutrinária ideológica das esquerdas, tendo ao seu lado figuras indicadas por Olavo de Carvalho, como o ministro da Educação. É o pilar mais extremista e à direita. Ele vai ter ao seu lado Sérgio Moro, que ajudará a criminalizar movimentos sociais e a divergência”, acrescentou o pesquisador.

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