Política
Publicado em 21/01/2019, às 12h32 Carolina Linhares - Folhapress
Se Magno Malta (PR), candidato a senador no Espírito Santo, se frustrou duplamente, primeiro com a derrota nas urnas e depois por ter sido descartado pelo aliado Jair Bolsonaro (PSL) na formação do seu ministério, seu colega de chapa Carlos Manato (PSL-ES) teve mais sorte.
O candidato de Bolsonaro ao governo capixaba perdeu a eleição, mas foi nomeado para a Secretaria Especial para a Câmara, ligada à Casa Civil de Onyx Lorenzoni. Também emplacou a mulher, Soraya Manato (PSL-ES), como deputada federal e vai presidir o Conselho do Sebrae no ES.
Coube a ele ainda presidir e organizar o PSL no Espírito Santo —tarefa da qual se incumbiram também a maior parte dos candidatos bolsonaristas derrotados nos estados, já que, assim como Malta, não foram nomeados.
Alguns não perderam a esperança. “Estou aguardando, como presidente do partido, que estive à frente da candidatura de Bolsonaro aqui no Maranhão, estou aguardando ser chamado. Eu não vou atrás, estou esperando. Se não for chamado, paciência”, afirma Francisco Carvalho, presidente do PSL-MA.
Maura Jorge, que foi candidata do PSL ao governo do Maranhão, “está em Brasília pleiteando cargos”, diz Carvalho, deixando transparecer um afastamento entre eles.
Maura afirmou à Folha que tem conversado com os ministros para mostrar “a necessidade de atenção sobre os órgãos federais, para que eles não sejam usados como instrumentos de manipulação política”. “O Maranhão é o único estado ainda comandado por um governo comunista”, diz a respeito da reeleição de Flávio Dino (PC do B).
Samoel de Itapecuru, candidato a senador no estado, colocou seu nome à disposição para disputar pelo PSL a prefeitura de São Luís no ano que vem. A projeção para as eleições de 2020 é outro caminho comum entre os bolsonaristas derrotados.
“A determinação do presidente [do PSL nacional] Luciano Bivar é que o partido lance o maior número de candidatos possíveis nas cidades, principalmente nas maiores”, afirma Carvalho.
A maioria dos candidatos consultados pela Folha rejeita indicações no governo federal. “Vestimos a camisa contra o toma lá, dá cá”, diz Antonio Jorge Godinho, presidente do PSL no Tocantins.
Candidato derrotado ao Senado, é um dos nomes para tentar a prefeitura de Palmas. “Estou organizando o partido em todos os municípios.”
“Queremos lançar candidatos em 50 municípios e trabalhar para eleger ao menos cem vereadores”, afirma Flávio Moreno, presidente do PSL em Alagoas e também candidato derrotado ao Senado. Ele e Josan Leite, que foi candidato a governador, pretendem disputar cargos em 2020.
Moreno, agente da Polícia Federal, diz não estar preocupado com cargos no governo federal. “Indicações têm que ter critérios técnicos.”
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