Vereadores comentam matéria de “O Globo”

Publicado em 01/11/2011, às 08h26 Daniel Pinto

Caiu como uma “bomba atômica” na Câmara Municipal a matéria de “O Globo” sobre o suposto envolvimento de vereadores na atuação de milícias nos bairros de Águas Claras, Fazenda Grande do Retiro e Cosme de Farias, periferia da capital. O texto, publicado no domingo (30), tem como base informações do Ministério Público Estadual (MP-BA). Mas, não revela nomes dos parlamentares e nem traz mais detalhes sobre o curso das investigações.

Mesmo assim, o assunto é o mais comentado nos corredores e gabinetes do Poder Legislativo. Em conversa com a reportagem do Bocão News, o presidente da Casa, Pedro Godinho (PMDB), se disse surpreso, mas saiu em defesa dos seus pares. “Muito estranho isso tudo... Não quero entrar em detalhes do mérito da questão, mas, sinceramente, não acredito no envolvimento de vereadores com esse tipo de atividade”.

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Por sua vez, o corregedor da Câmara Municipal, Alcindo da Anunciação (PT), acredita que a denúncia merece mais atenção por parte da Mesa Diretora. “Apesar de nunca ter ouvido falar nisso, como integrante da direção da Casa vou sugerir que a Mesa peça mais informações ao Globo e ao próprio MP-BA. Se houver provas, temos que fazer uma investigação interna. Caso contrário, o jornal terá que fazer uma retração”.

O vereador Giovanni Barreto (PT), que não tinha lido a matéria, não conseguiu esconder o espanto. Mas, lamentou a suspeição que recaí sobre os 41 parlamentares. “Misericórdia! Que conversa é essa?! Vereadores de Salvador atuando em favor de milícias... Que negócio grave é esse, rapaz?! Particularmente, nunca ouvir falar em nada parecido. Mas, a Corregedoria precisa investigar tudo direitinho para que a suspeita não afete toda a Casa. Se houver culpados, eles devem ser responsabilizados criminalmente. Se não, o jornal terá que arcar com as consequências”.

Para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Everaldo Bispo (PMDB), ainda não há elementos suficientes para que o Legislativo dê início a qualquer tipo de inquérito. “Por enquanto, não há fundamentação para isso. A matéria é muito genérica. Uma investigação da Câmara só se justifica se mais informações vierem à tona”.

Entretanto, o mesmo vereador destaca que - se a denúncia for comprovada - a Câmara deve auxiliar o MP-BA para que “a banda podre seja cortada pela raiz”. “Se algum ilícito desta natureza for comprovado, o denunciado deve perder o mandato, responder processo na Justiça e ser preso. Nenhum parlamentar que se associe a bandidagem deve ficar impune”.

Fotos: Edson Ruiz e Roberto Viana/Bocão News

Matéria públicada às 16h31 do dia 31 de novembro de 2011

Classificação Indicativa: Livre