Política

Neto nega conversas do DEM com governo para volta de Mendonça Filho ao Ministério da Educação

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Nos últimos dias, cresceram nos bastidores as especulações de que Mendonça Filho substituiria Ricardo Vélez Rodríguez   |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/.BNews

Publicado em 16/03/2019, às 13h50   Bruno Luiz


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O prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, negou neste sábado (16) que o partido esteja conversando com o governo sobre a volta de Mendonça Filho para o Ministério da Educação, no lugar do atual ministro Ricardo Vélez Rodríguez.

“Não há conversa do partido com o governo sobre o Ministério da Educação”, garantiu o prefeito ao BNews.

Nos últimos dias, cresceram nos bastidores as especulações de que Vélez deixaria o cargo. O ministro tem entrado em processo de desidratação de sua imagem à frente da pasta, após se envolver em polêmicas.

O desgaste começou com o polêmico e-mail enviado às escolas, no qual o titular do MEC pediu que professores lessem, na sala de aula, uma carta que termina com o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, usado na campanha presidencial de Jair Bolsonaro. Além disso, o ministro pediu que os alunos cantassem o hino nacional perfilados e que o momento fosse gravado e enviado ao governo. A atitude gerou fortes críticas a Vélez, o que o levou a reformular a carta duas vezes e a assumir publicamente o erro. 

Mas a situação do ministro na pasta se agravou após polêmica envolvendo o filósofo Olavo de Carvalho, considerado guru de Bolsonaro, e que também foi responsável pela indicação de Rodríguez para o MEC. Carvalho foi às redes sociais pedir que alunos dele com cargos no ministério se demitissem. Segundo ele, o governo está “repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles”. Após a publicação, duas pessoas ligadas ao filósofo foram exoneradas do MEC. 

As críticas de Olavo, no entanto, são apenas pano de fundo de uma queda de braço entre olavistas, militares e técnicos que atuam na pasta. Em uma tentativa de apaziguar os ânimos, Bolsonaro pediu a Vélez que afastasse o coronel Ricardo Wagner Roquetti do cargo de diretor de programa da secretaria-executiva do ministério. Roquetti é da ala militar do MEC e visto com maus olhos pelo grupo dos olavetes. 

Em meio a tantas polêmicas, o ministro acumula desgastes e começa a ter a permanência no cargo questionada dentro do governo. Além de ser visto como alguém fragilizado, tem a gestão criticada por contaminá-la com alto viés ideológico e também por ainda não ter apresentado nem executado uma agenda efetivas de projetos para educação. 

Segundo o blog de Andréia Sadi, do G1, o impasse em relação ao ministro é definir quem seria o substituto. Dos argumentos contrários a ele colhidos pela publicação, até a defesa de que o presidente deveria ter escolhido um ministro brasileiro entrou nas rodas de conversas desta semana.

Dentro do DEM, ainda de acordo com o blog, a questão em relação a Mendonça é que, caso ele seja indicado, o partido colocaria suas digitais de vez no governo Bolsonaro. Ele tem uma relação próxima a Neto e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - dois personagens que sempre frisam que a sigla é independente.

A reportagem apurou que ainda não há conversa do DEM com o governo em relação ao ministério, apesar de o nome de Mendonça ser bem visto por aliados ao presidente. A avaliação é de que há disposição grande no entorno de Bolsonaro de derrubar o ministro, que vê sua situação se deteriorar cada vez mais. Também ainda não teria havido sinalização de Bolsonaro de demitir Veléz e abrir conversas com o DEM sobre a volta de Mendonça para o comando do MEC.

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