Política

ALBA: mais de 120 servidores exonerados

Imagem ALBA: mais de 120 servidores exonerados
Alguns desses serão recontratados, outros, não terão a mesma sorte e perderam o emprego mesmo   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 02/11/2011, às 09h00   Luiz Fernando Lima


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Muita gente que trabalha na Assembleia Legislativa amanheceu de orelha em pé neste dia primeiro de novembro. A época é de vacas magras e a grana anda curta no Legislativo baiano. A perda da cesta de natal, apontada como uma possibilidade diante do rombo do orçamento, é “fichinha” perto de uma eventual exoneração e demissão em massa.

O Diário Oficial do Legislativo traz a relação de 123 servidores comissionados que foram exonerados por conta da rearrumação da Casa. Após a entrada do PSD, os blocos partidos se aglutinaram e alguns foram extintos. Com eles, vieram as demissões.

O caso dos servidores ligados ao deputado Hebert Barbosa (DEM) é emblemático. Antes os parlamentares do Democratas e do PRP tinham um bloco constituído. Com a mudança de legenda de alguns deputados para o novo partido, o PMDB perdeu a condição de bancada. DEM e PMDB então se uniriam e formaram um novo bloco. O PRP se uniu ao PTN e ao PSC e formaram outro bloco.

Este movimento provocou a extinção de um bloco – DEM/PRP – com isso os funcionários ligados à presidente e vice deste grupo sobraram. Na verdade, em alguns casos, os servidores serão lotados em outro lugar, acompanhando o parlamentar/empregador.

Em se tratando de Hebert Barbosa, que era vice-líder do bloco, os 10 servidores perderam seus empregos e não vão voltar. Já os quatro que trabalham com o deputado Alan Sanches, antes do PMDB, agora no PSD, serão novamente nomeados.

Sanches era vice-líder da bancada do PMDB na Casa. Passou a vice-líder do PSD. Gildásio Penedo, líder da sigla, indicou hoje o nome do ex-peemedebista ao cargo. De acordo com Sanches, a exoneração foi uma necessidade meramente burocrática.

Outro bloco extinto foi o dos Independentes. Comando pelo deputado Targino Machado (PSC) os parlamentares do PTN e PSC deram uma canseira danada nos governistas durante estes 10 primeiros meses de legislatura. Nenhum acordo passava pela Casa sem o aval desta liderança.

Os “independentes” se uniram a oposição e constituíram um único bloco. Com isso, os dez servidores do vice-líder Gilberto Santana ficaram desempregados. Outro vice-líder do antigo bloco PSC/PTN, Carlos Geilson (PTN), assumiu a vice-liderança da Minoria, e levou com ele os oito funcionários.

O que se sabe é que cada líder de bloco partidário ou de liderança tem uma verba de R$ 46 mil para contratação de servidores comissionados. Os vice-líderes têm R$ 28 mil. Com extinção ou aglutinação de blocos a Assembleia inevitavelmente vai economizar.

Os parlamentares que conversaram com a reportagem do Bocão News negam que as reformulações foram como forma de conter despesas e reduzir o valor da suplementação. Todos foram unânimes ao colocar na conta do PSD e os direitos regimentais que novo partido tem as mudanças.

Vermelho

Contudo, quem trabalha em cargo comissionado vive na corda bamba, o emprego não é garantido e pode ser perdido a qualquer momento. Desde agosto, nos corredores da Assembleia o burburinho era de que cabeças iam rolar.

As cotas de telefones foram as primeiras a sofrerem reajuste. Nos gabinetes dos deputados ninguém comenta, mas tem diretor de áreas da Assembleia vendo o contracheque chegar com cortes consideráveis. Fruto do excesso de conversas telefônicas.

No primeiro andar do Anexo Jutahy Magalhães, no prédio, ao lado do local onde em breve estarão instaladas a TV Assembleia e o auditório, as caixas estão amontoadas. Ainda sem previsão de ter o lacre rompido.

As novas e as velhas lideranças, vale ressaltar, já migraram para o moderno edifício inaugurado há dois meses. No antigo prédio, ninguém sabe bem o que vai ter. O boato que corre é que o primeiro andar, onde está localizada a presidência, ficará inteiro para o presidente Marcelo Nilo.

Outra informação ainda não confirmada é que esta edificação, a mesma da presidência e do plenário, precisará muito em breve, passar por uma reforma geral. A última intervenção foi realizada no subsolo 1 e custou algo em torno de R$ 1.5 milhão.

Tendo ainda o subsolo2, térreo, primeiro, segundo e terceiro andar, as obras da reforma devem ficar em R$ 7.5 milhões, valor obviamente estimado. Dinheiro para isso o legislativo não tem em 2011, nem em 2012.

Enquanto isso, os modernos e sofisticados elevadores do Anexo Jutahy continuarão a dar dor de cabeça em que ainda não aprendeu a chamá-lo com as costas da mão.

Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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