Política
Publicado em 02/04/2019, às 18h10 Henrique Brinco
A visita da secretária municipal da Reparação, Ivete Sacramento, virou palco para a bancada evangélica da Câmara Municipal de Salvador criticar o projeto de Estatuto da Igualdade Racial. A reunião aconteceu na tarde desta terça-feira (2). A vereadora Lorena Brandão (PSC) afirmou que é uma "falácia" afirmar que os vereadores cristãos são contra o texto, mas acredita que algumas alterações deveriam ser feitas.
"Acreditamos que o Estatuto precisa ser mais amplo do que é hoje e contemplar a população negra e evangélica", discursou. Segundo ela, falta equidade no ponto da proposta que permite que adeptos de religião de matrizes africanas possam deixar seus trabalhos para cumprir ritos religiosos. A edil afirma que os evangélicos e demais cristãos deveriam ter o mesmo direito.
"Nossa sugestão aqui é ampliar esse debate, incluir os evangélicos nesse estatuto e entender que essa casa saiba aprovar algo que seja um estatudo de igualdade e não de desigualdade", completou.
Cátia Rodrigues (PHS) ratificou o posicionamento: "Esse projeto fere o princípio da laicidade por não contemplar todas as religiões como é o princípio da laicidade, isonomia e igualdade. Está atribuindo direitos a alguns negros em detrimento de alguns outros que são negros evangélicos, espíritas e católicos".
"Nós evangélicos somos taxados de intolerantes, que damos dinheiro a pastor, quando entramos nos lugares fazem biquinho. Então, acho que os evangélicos devem ser contemplados nesse Estatuto", pontuou.
Ivete Sacramento, por sua vez, pregou o diálogo e o encontro de um denominador comum a respeito do texto. "Não podemos transformar a discussão do Estatuto em uma guerra religiosa", afirmou.
O Estatuto, que já tramita há quase uma década na Casa, deverá ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça em breve. A informação foi confirmada ao BNews pelo presidente do grupo, Alexandre Aleluia.
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