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Everaldo Anunciação minimiza 'bombardeio' de petistas em reunião: "Concepções que considero conservadoras"

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"Temos outras questões maiores para cuidar", diz presidente estadual da sigla  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 27/04/2019, às 18h50   Henrique Brinco


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O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, minimizou ao BNewsas duras críticas contra ele recebidas por parte de correligionários na manhã deste sábado (27), durante o "2º Seminário de Lideranças Petistas". Na ocasião - em que estiveram presentes membros das correntes Avante, Democracia Socialista e Esquerda Popular Socialista, entre outros - o líder da sigla no estado recebeu ataques.

"Everaldo [Anunciação] não senta com essa juventude que teve aqui hoje reclamando dos editais de cultura. Ele não tem coragem de levar uma reclamação para o governador. Ele gosta é de sentar em restaurante", atacou o ex-deputado federal Amauri Teixeira (PT). "O PT de Salvador não pode ser puxadinho do PT do Estado, que na verdade é uma subsecretaria avançada da Serin. A estratégia dessas pessoas não é fortalecer o PT, mas a si próprio", disparou Ademário Costa, candidato a presidente do PT de Salvador e membro da executiva estadual.

Procurado pela reportagem, Everaldo rebateu os ataques. Para ele, os "petistas devem estar voltados hoje para a liberdade de Lula". "Não tem coisa mais importante para o PT, para a democracia do Brasil, nos debruçarmos sobre isso. Segunda questão, devemos fazer um enfrentamento contra essa Reforma da Previdência perversa que Bolsonaro está querendo implantar, em especial contra os mais pobres e trabalhadores rurais. Acho que esse tem que ser o nosso foco. A gente não pode se equivocar e transformar a principal questão da ordem do a disputa interna dentro do PT.  O PT tem sua democracia, seu regimento e vai definir no segundo semestre quem vai dirigir o partido. Eu poderia lhe dizer que fui presidente eleito e reeleito derrotando essas teses e essas concepções que considero conservadoras, que são de privilegiar o debate interno em detrimento dos interesses maiores da sociedade", declara.

"Respeito os companheiros que estão pretendendo fazer a disputa interna, mas o momento não é para isso. Acho que o momento é de enfrentar essa dificuldade que o país passa pelo alto nível de desemprego, de desrespeito aos direitos humanos. Há uma tentativa de acabar com os cursos de humanas nas universidades. Temos outras questões maiores do que o PT para cuidar. E o PT se referendou como um partido de oposição e defesa daqueles que pensam uma sociedade mais justa, igual e fraterna. Acho que a pauta é essa. Na hora adequada, quando o PT definir, nós vamos nos debruçar sobre isso, continua Everaldo. 

Everaldo finaliza afirmando que tem "muito orgulho de ser o único presidente do PT que elegeu e reelegeu um governador, a chapa majoritária e fez maior bancada de deputados federais e estaduais". "Um partido existe para isso, fazer a disputa e manter relação com os movimentos sociais. E ter o apoio da CUT, do MST, da UNE. Então, isso me tranquiliza. Não quero guardar essa energia agora com esse debate. Aconselho os outros que a gente não gaste a energia para dentro. A sociedade brasileira e baiana quer nos ver unidos para enfrentar essas outras questões maiores que estão aí, que podem trazer um prejuízo imenso para a grande maioria da população".

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