AL-BA: Targino cobra protagonismo da oposição e diz que reunião será movimento de "aproximação" de Neto

O líder de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Targino Machado (DEM), afirmou ao BNews que foi ele quem convocou a reunião entre a bancada oposicionista e o prefeito ACM Neto (DEM). Conforme já informado, o objetivo do encontro é unificar o discurso do grupo, já visando as eleições municipais de 2020 e estaduais de 2022.

"A bancada está satisfeita. É um movimento de aproximação do prefeito com a bancada. Ele [ACM Neto] precisa, como precisamos da imprensa, para que a Assembleia volte a ter o protagonismo político. Se perdemos o protagonismo, como eu já disse há algum tempo, que não é bloqueio da mídia... A mídia divulga o que os políticos fazem. Se eu não faço discursos, é o jornalista que vai fazer?", afirma Targino.

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Targino afirma que "a Casa precisa fazer é readquirir o protagonismo político, porque isso é importante para pavimentar a estrada para nosso líder ser candidato em 2022". "Porque não imagine que a oposição aqui vai ficar de braços cruzados e ele [ACM Neto] vai poder construir sozinho a sua candidatura", avalia.

Indagado sobre a informação de que Neto teria pedido aos parlamentares para que a bancada fique mais aguerrida, Targino rebateu: "Eu participei de uma reunião ontem à noite, uma conversa boa, por solicitação minha ao prefeito ACM Neto e em nenhum momento ele pediu para que a bancada fosse aguerrida. Quem pediu isso fui eu. 'Preciso de vocês, não posso estar só'. O que eu entendo é que aqui os deputados não são generalistas e cada um tem sua vocação. Quem tem vocação por saúde, direitos humanos, que assuma". 

Ainda segundo Targino, alguns deputados não irão ao encontro, como o deputado Paulo Câmara (PSDB) que já tem compromisso agendado há algum tempo.

Entenda o caso
O BNews apurou que o próprio Neto, enquanto líder maior da oposição na Bahia, quer que a bancada tenha uma atuação mais aguerrida, adotando tom mais incisivo nas críticas contra a gestão do governador Rui Costa. 

A avaliação é que, atualmente, o grupo, que saiu das eleições do ano passado fragilizado, com perda no número de deputados, tem como arma mais forte contra o governo estadual as críticas a ações da gestão. 

Vale lembrar que a bancada não tem mais 21 parlamentares, o que a impede, por exemplo, de pedir abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), um limitador para a atuação do bloco. Os oposicionistas pretendem pautar a imprensa com denúncias contra o governo, dando mais visibilidade à bancada e também às fragilidades da gestão petista.

O movimento também é um forma de fortalecer a candidatura de Bruno Reis a prefeito de Salvador em 2020, já que ele é tratado como o candidato oficial de Neto para sucessão, e azeitar a atuação da oposição pensando na possível candidatura do atual prefeito em 2022. Enquanto líder do grupo, Neto quer conduzir o processo.