Política

2020: Disputa em Feira de Santana não possui entendimento nem mesmo dentro das próprias bases

Montagem/BNews
Sequer o atual gestor, o emedebista Colbert Martins fala abertamente sobre o interesse de concorrer à reeleição  |   Bnews - Divulgação Montagem/BNews

Publicado em 08/05/2019, às 11h14   Fernanda Chagas



A disputa pela prefeitura de Feira de Santana em 2020, segundo maior colégio eleitoral da Bahia, não possui entendimento nem mesmo dentro das próprias bases.

Apesar da clara importância de se obter vitória nas urnas da Princesa do Sertão tanto para o governo quanto para a oposição, no grupo de ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador e presidente nacional da sigla, sequer o atual gestor, o emedebista Colbert Martins fala abertamente sobre o interesse de concorrer à reeleição, confirmado nos bastidores. 

Inclusive, informações chegadas ao BNews dão conta de que a relação de proximidade que Colbert possuía com o ex-prefeito Zé Ronaldo (DEM) teria esfriado de forma significativa por conta das eleições. 

A tendência é que Zé Ronaldo não volte a disputar mais um pleito, mas não estaria demonstrando que apoiará de forma natural o seu sucessor, o que teria incomodado o aliado de primeira hora. 

Existe ainda, outra possível queda de braço na base. O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Targino Machado, também tido como nome forte no município, pondera que seu desejo é construir uma unidade em torno da possibilidade, mas já antecipou em recado ao DEM que só dança o ritmo que quer. 

Durante a Convenção do Democratas em Feira de Santana ele, além de não comparecer, teceu duras críticas ao partido. “O Democratas de Feira de Santana mais parece uma sociedade secreta ou uma cooperativa, como não participo de uma nem outra, cabe-me esperar a banda passar. Mas só danço ao ritmo que quero", disse.

Além de Targino, existe também outro fator que pode ser complicador para a unidade do grupo. O nome de Irmão Lázaro, filiado ao PR, mas integrante da base de Neto, cujo o domicílio eleitoral é Feira de Santana, também surge como forte na bolsa de apostas.  

O  temor maior, entretanto, seria pelo lançamento de uma candidatura do PSL, partido aliado também do DEM na Bahia e os, consequentes apoios que o partido agregaria. A Executiva Estadual já informou que a legenda deve ter candidato no município, de onde saiu forte na última eleição e a pré-candidatura da deputada federal Dayane Pimentel não está descartada. 

ÂMBITO ESTADUAL - Enquanto isso, no âmbito estadual o cenário também tende a ser difícil de pacificar. A única pré-candidatura lançada de forma oficial foi a do deputado federal Zé Neto pelo PT, partido do próprio governador Rui Costa, o coordenador de todo processo, mas que não contou nem mesmo com o aval dele.

Rui considerou precipitada a ação do diretório. Para ele, nome antecipado não garante eleição. 

O ex-deputado Carlos Geilson (PSDB), que ao migrar para o time de Rui, em outubro passado e teve seu nome cotado para entrar no páreo pela prefeitura da cidade, também não gostou nem um pouco da antecipação da sigla sem um diálogo prévio com a base e não deixou por menos. 

“É um projeto individual, carreira solo e egoísta, por isso vai caminhar só”, disparou o ex-tucano.  

Geison, que ainda não definiu o ninho partidário que vai adentrar, foi mais além: "Na minha opinião a base precisa trabalhar um pré-candidato que tenha capilaridade para enfrentar quem está no cargo e não apresentar um projeto Kamikaze e sou contra a candidatura de Zé Neto”. 

Além de não negar a possibilidade de entrar no páreo, Geilson citou como alternativas: o comunista Angelo Almeida e Roberto Tourinho. 

Zé Neto, por sua vez, se defendeu ao afirmar que o lançamento da sua candidatura para a prefeitura de Feira de Santana tratou-se de uma decisão coletiva do PT e que ele não iria “negar fogo” ao seu partido. 

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp