Segundo a Superintendente da Osid, Maria Rita, “já são dois meses de atraso nos pagamentos e a dívida só faz acumular. Nesse período, estamos financiando e assumindo um serviço que é um compromisso da prefeitura e eles não dizem para onde foi o dinheiro das Obras”.
Na semana passada, em entrevista ao apresentador Zé Eduardo, na Rádio Sociedade, o secretário de Saúde do município, Gilberto José, declarou: "Com o que já pagamos a Osid poderia permanecer com eles, mas como decidiram repassar, iremos dar a mesma qualidade que já havia".
Gilberto José explicou que já pagou R$ 13.600 milhões dos R$ 18 milhões devedores. "Um milhão e novecentos mil serão pagos até o dia 10 de novembro, nos restando um débito de R$ 2.400 milhões, a serem pagos nos próximos meses", confirmou. Sobre quem vai cuidar dos dois postos, o secretário informou que uma licitação já foi aberta e dez empresas irão se apresentar, entre elas, uma empresa espanhola.
"Quero tranquilizar os funcionários e pacientes e dizer que tudo vai funcionar normalmente, não haverá demissões e manteremos um serviço de qualidade", completa o secretário. Segundo ele, este ano, R$ 90 milhões foram pagos à Osid em prestações de serviços. "Fizemos de tudo para manter os postos sob a administração das Obras", complementa.
Mas, a situação do município se agrava amanhã por conta da assinatura do contrato entre o Ministério da Saúde e o estado. O MS decidiu, em outubro, que os repasses para o Hospital Santo Antônio, maior do Norte-Nordeste em atendimento exclusivamente pelo SUS, serão feitos diretamente às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), responsável pela unidade. Assim, os recursos não mais passam pela prefeitura, que deixou de repassar R$ 17 milhões.
Na ocasião, Gilberto José afirmou que a prefeitura iria recorrer da decisão através de um processo administrativo. Segundo o secretário, a ação “tira a autonomia (da prefeitura) e deixa o prestador (Osid) sem prestar contas a
ninguém”.
A oficialização do contrato acontece nesta quarta-feira(9), às 8h, com a presença do secretário de Saúde do estado, Jorge Solla e da superintendente da Osid, Maria Rita, no auditório do Hospital Santo Antônio, no Largo de Roma.
Na discussão e troca de farpas entre os dois, a população sofre com a irregularidades em 11 hospitais do estado, via relatório do TCE e ainda sem declaração do secretário, além do temor de quem ficará com os postos que estão
sendo entregues e com o serviço que será prestado. Mais uma vez, na briga dos grandes, a população vive e presencia a 'brincadeira' que se tornou a saúde na Bahia.
Matéria originalmente postada às 17h40 de terça-feira (8)